Um Natal de lembranças

Os e-mails eram muito similares. Feliz Natal e Próspero Ano Novo! E poucas variações. Pareciam spam, ritualizados, mecanizados. Logo me aborreci deles. Que mesmice, meu Deus! E eu que esperava algo diferente, pelo menos no Natal.

Saí dos e-mails e passei a ouvir música. Ouvi "Till" com Roger Williams. E todas as boas lembranças vieram. Vi meu irmão com os dedos no teclado, os olhos em mim e um sorriso meigo, enquanto o som invadia a sala. Ele tocava "Till" e não parecia estar se despedindo. Ou estava? A doença já conduzia seus passos, mas não dominava sua mente. O seu olhar ainda sabia mentir para afastar a tristeza. E sorria. Hoje, esse sorriso me confunde. O tempo nos confunde.

Mesmo assim visualizei o passado e tudo parecia ser como antes. Nas brincadeiras infantis, ou nas dificuldades escolares, ele sempre me protegia. "Eu dou cem pontos de vantagem", dizia ele, e começávamos o jogo, mas mesmo assim eu perdia, e ele me animava. "Daqui a pouco você vai ganhar de mim". Nunca consegui. Eu sempre fui péssima em jogos, e em muitas outras coisas, e ele ótimo. Nos deveres escolares, ele me "assoprava" quando as dúvidas surgiam. E assim sobrava mais tempo para as brincadeiras. Tempos maravilhosos aqueles. E irreversíveis. Que pena!

Continuei ouvindo "Till". As imagens foram se sucedendo ao som da melodia. Lembrei-me de outras ausências também queridas, muito queridas. E de perdas recentes. E elas foram se sobrepondo. Seria o Natal? E só com esforço desliguei o som. Havia chegado ao limite de minha resistência emotiva. E era Natal. Tempo de alegria, de abraços, de presenças e presentes. E não nos é permitido embaralhar as emoções.

Desliguei o computador, conferi se as coisas estavam nos lugares, olhei-me ao espelho e com um blush dei luminosidade ao meu rosto. Comecei, então, a arrumar a mesa para a ceia. A noite era especial e, por isso, fui escolhendo os pratos mais delicados, as taças, os guardanapos e, de repente..., a mim, a mesa pareceu pequena. Falta um lugar à mesa, eu disse, uma cadeira, reforcei. Meu marido olhou para mim, aproximou-se, e com o braço em meus ombros sussurrou: você nunca acerta ao arrumar a mesa; pra você sempre falta alguém. Veja, está tudo certinho.

Estava mesmo?


Resgates de fim de ano


É o momento de olhar para trás. De reviver cenas sublimes que o tempo em sua corrida veloz foi apagando de nossa memória, dia a dia, sem que tenhamos, hoje, consciência de quando essa erosão começou. Foi se apagando... Foi se apagando... Restam fragmentos de imagens. Restam frases nem sempre acabadas, nem sempre audíveis, nem sempre legíveis. Os instantes se foram. A s lembranças em meio à bruma ficaram.

É preciso relembrá-los, revivê-los, para que não se percam de todo. E a melhor época é esta: o término de cada ano. O fim de uma etapa, o fim de um caminho ou de um sonho até. É sofrido, às vezes, quando as imagens ainda se misturam com o presente pela recente distância. Mas ainda assim é preciso recordá-las em detalhes, em slow motion, ou talvez mereçam um longo zoom para que possamos senti-las em sua plenitude, como se donos do tempo fôssemos e tivéssemos o poder de cristalizá-las para nós, eternizá-las em minúsculas partículas, capazes, porém, de serem ampliadas quando desejássemos para que se tornassem de novo passíveis de toque.

São cenas da infância. Cenas da família que aos poucos se dispersa e se reduz. Das primeiras sensações afetivas da adolescência, de seus medos e seus pecados imaginários. Das vivências mais fortes como protagonistas de paixões profundas em que o amor por alguém nos conduz ao non sense e nem sempre é correspondido, ou se descobre, depois, que nem era tão forte assim o nosso sentimento. Era, talvez, mais uma sensação ilusória alimentada pela mútua atração que a presença do outro provoca em nós e nos faz sentir vivos.

No verso de uma foto tirada em meio a amigos em uma empresa, alguém redigiu no verso uma frase muito gasta, mas que me deu prazer em lê-la anos depois: “Recordar é viver”. E revivi mesmo as incontáveis horas que juntos passávamos debruçados sobre intermináveis relatórios, sem olhar para o dia que findava ou a madrugada que também já se ia afastando, preocupados apenas com o relógio e a qualidade do trabalho, no tempo estabelecido para a sua finalização. Passada a tormenta, era um prazer imenso rir com os amigos sobre o quanto havíamos temido falhar, não concluindo em tempo hábil a tarefa a nós atribuída. E aí sentíamos o delicioso sabor da vitória, ainda que pequena. Por isso, recordar essas passagens nos faz tão bem.

Então, “recordar é viver” sim! As fotos são a prova disso. E estas representam a vida pulsando com seus diversos matizes que, apesar da mudança de gerações, de comportamentos e de visões diferenciadas que o tempo produz, se repete e nos faz repetir os gestos dos que nos antecederam, ainda que com outra coreografia, outro cenário e com um novo projeto de iluminação. O figurino é outro, os atores interpretam de acordo com o gosto da plateia, mas a essência da narrativa do ato de viver não mudou porque a estrutura humana é, ainda, delicada e sensível às lembranças do que ficou de um passado que é só nosso.

O ano novamente termina, mas essas lembranças passeiam sem pressa e sem rumo pelos meandros dessa máquina maravilhosa que é o nosso cérebro, e a nós cabe ir escolhendo as melhores cenas e sobrepondo-as às que nos trazem tristeza, porque mesmo estas resgatam quase sempre aqueles a quem amamos. E os que amamos não devem ser esquecidos porque fazem parte de nós e de nossa história. São eles que nos tornam os seres humanos que somos.

Estes e aqueles


Alguém me afirmou num dia qualquer que via nos petistas de hoje uma similaridade com os hippies do passado pela transformação que ambos sofreram no decorrer do tempo: avessos ao dinheiro no início e loucos por ele depois.

Não vejo dessa forma, contudo, esses dois grupos sociais. Não exatamente, embora existam alguns pontos que aparentemente coincidem, mas apenas aparentemente.

A geração dos hippies compreendia jovens norte-americanos que desiludidos com as normas da sociedade em que viviam, com as guerras que exterminavam vidas precoces e com a valorização crescente do dinheiro, deram início a um movimento que se distanciava de tudo isso e colocava a vida simples e tranquila do campo, sem obediência às regras urbanas vigentes como um ideal a seguir. Sem leis, portanto, mas sem violência, tendo por base a liberdade total e o lema “sexo, drogas e rock and roll”, ou seja: viver pelo prazer, sem trabalho, sem obrigações, mas tendo alguém que os sustentasse, é claro, em detrimento da sofisticação e da vida atribulada dos grandes centros urbanos.

E esses jovens que, na década de 60 do século passado, louvavam o projeto de vida alternativo de se dedicar apenas à pureza do sentir e do viver a natureza em sua plenitude, uma década depois corriam atrás do dinheiro como investidores do Wall Street, deixando para trás aquela vida franciscana, buscando substituí-la pelo conforto da vida urbana moderna e pelo luxo que o lucro propiciava.

Os petistas em nosso país, porém, após atingirem o poder, não só repetiram o gesto dos hippies, voltando atrás em seus propósitos, mas os superaram nessas mudanças de rota, pois, abandonando os hábitos simples (com que buscavam adeptos à sua ideologia), passaram a assaltar os cofres públicos onde atuavam - e assim continuam -, apesar dos contínuos processos contra eles, visando apenas ao enriquecimento pessoal, farto e rápido. Bem diferente daquilo que alardeavam esses farsantes políticos em suas pregações quando matreiramente se apresentavam como defensores da ética buscando moralizar o país.

A diferença aí é marcante, pois o hippies eram adolescentes e jovens cheios de ideais de liberdade, adeptos do amor e da justiça absoluta para todos, contra a guerra e contra todo tipo de violência, enquanto que os petistas eram, e são ainda, militantes preparados por ideólogos de esquerda, da pior espécie, para desconstruir a liberdade daqueles que vivem em países democráticos para se tornarem os donos desses países e das riquezas que estes possuem. E para isso fazem a guerra, “fazem o diabo” nas eleições, enquanto não conseguem acabar com elas, e praticam atos insanos, os mais vis, buscando o “assassinato de reputações” e de pessoas até, as quais possam apresentar empecilhos a seus propósitos.

Assim, é uma comparação indevida, me parece, diante do nítido quadro que se avista hoje e das diferenças brutais entre eles, o da ingenuidade dos primeiros, sonhando, embora equivocadamente, com um mundo melhor e mais humano, e o da crueldade destes últimos que, se não interrompidos a tempo pela população esclarecida, nos farão reviver os tempos sombrios dos que estiveram sob o jugo de poderosos truculentos como eles, os petistas, ou se igualarão àqueles que ainda sofrem as agruras impostas pelos ditadores da atualidade, e amigos dos governantes petistas, de países como China, Irã e outros, ou países vários da África miserável, ou ainda e mais próximos de nós como os países latino-americanos, cujos donos do poder subjugam as populações a uma vida sem liberdade, sem dignidade e sem futuro.

Sou mais os hippies que não queriam poder e dinheiro, como os nossos petistas, apenas “paz e amor” para todos. Não saíam aos gritos às ruas, atrapalhando o trânsito e erguendo bandeiras vermelhas, símbolo de luta, sofrimento e morte, mas privilegiavam as cores claras, em especial a branca, símbolo da pureza de suas utopias, assim como os cabelos soltos e as saias longas e leves na transparência que emoldurava as pequeninas e delicadas flores, que compunham o seu pueril e descontraído visual.

E sonhavam somente com um mundo tranquilo, sem mentiras e sem traições, sonhavam apenas com um mundo melhor.

À espera


As distâncias se confundem
Nos sonhos do meio-dia
Na inquietude das horas vãs
No silêncio das noites surdas
No devir que abre as manhãs

O declínio de uma farsa


Para um conhecedor médio da História Universal, não surpreendem as notícias do declínio de um sistema político, de um poder monárquico ou de um regime autoritário, em geral permeado de farsas, sejam eles próximos ou distantes de nós no espaço ou no tempo. Tudo pode sofrer mutações, pois nada (e ninguém) é eterno. Parece ser uma verdade inquestionável. Tenho um pequeno poema que diz: “Tudo é fugaz/ Tudo se desfaz”. E nele acredito.

Neste último dia 20, quinta-feira, as TVs brasileiras e todas as demais mídias publicaram, logo pela manhã, o passamento de uma figura de grande projeção nacional, talvez um dos mais brilhantes e reverenciados juristas da atualidade, Márcio Thomaz Bastos. E também, dizem as más línguas, o mais caro do país. O que não impediu, contudo, que advogasse em defesa dos bandidos, os mais renomados, que vivem hoje em solo brasileiro, assim como os políticos megainfratores.

Márcio Thomaz Bastos foi Ministro da Justiça do governo Lula e dele não mais se afastou, prestando serviços de alto nível, e com a maior competência, ainda que nos bastidores, aos políticos do PT, haja vista o tumultuado processo do Mensalão, em que atuou como coordenador da defesa dos réus petistas. Não fosse a sua habilidade em descobrir brechas na lei, estariam eles ainda hoje, e por muito mais tempo, cumprindo pena na Papuda, em regime fechado e não em casa, junto aos familiares, como se nada tivessem a ver com as fraudes ali cometidas e apontadas pelo relator e ex-Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, e comprovadas pelas buscas incessantes dos que participaram corajosamente desse processo.

Foi um grande nome na área jurídica, é verdade. Mas é verdade, também, que no mesmo nível em que serviu ao PT do Lula, desde 2003, e dele ganhou vultosas quantias para salvar a pele dos políticos envolvidos nos crimes de Lesa Pátria e, principalmente a do chefe maior: o senhor Lula da Silva, ele prestou um desserviço à nação brasileira por auxiliar, com a sua incomum capacidade cognitiva, a encobrir os corruptos que, com o dinheiro do povo, multiplicaram milhares de vezes a fortuna adquirida nestes tempos de vacas gordas, enquanto fragilizavam as instituições do país, como é o caso emblemático da Petrobrás: antes de Lula e Dilma, o orgulho da nação; depois de Lula e de novo Dilma, a vergonha do Brasil.

Assim, a área jurídica brasileira perdeu nesta semana um jurista de peso, e o PT um forte aliado que dava cobertura a todas as suas ações nefastas, mas o país ganhou pelo menos a esperança de que dias melhores virão porque, envolvido como se encontra o governo federal na roubalheira sem fim da estatal Petrobrás, ficou mais fragilizada, pois não encontrará tão cedo um defensor de seus atos como ele, que tão bem conhecia a rotina da criminosa trajetória petista. Se assim não fosse, não teríamos, no jornal O Estado de S. Paulo, uma notinha sobre a morte de Thomaz Bastos, seguida da informação de que o famoso jurista deixou uma obra que, no futuro, estará nas bibliotecas do país: Diário do governo Lula.

Essa obra deve conter relatos tenebrosos e desmascarar ainda mais a farsa deste governo que caminha célere para o declínio; porém, por precaução, a pedido do próprio Márcio Thomaz Bastos (certamente para proteger seus familiares), ela só poderá ser publicada 50 anos após sua morte. Ou seja, em 2064. Que pena! Que pena! Muitos de nós não viveremos até lá.


O passar da noite



No silêncio das ruas escuras
A noite passa assustada
Vê figuras
Vê fantasmas
Só não vê lá nas alturas
A vigilante lua prateada

Sedução



As minhas palavras fingem
Abrir seus olhos

As suas palavras buscam
Fechar os meus

O “day after”


Opiniões, discussões, medos e esperanças marcaram os últimos meses que antecederam as eleições do segundo turno em nosso país. Dilma e Aécio eram os objetos de análise de jovens e velhos quanto à postura e à lisura, ou não, de cada um deles. A competência versus a incompetência para alguns; a continuidade ou não das “bolsas tudo” para outros. A mudança ou a mesmice? O progresso ou o retrocesso?

Venceram a falta de lisura, a incompetência, a mesmice, o retrocesso e a agressividade gratuita, marca do governo do PT. Fazer o quê se a população inculta é maioria e alguns intelectuais transformaram-se em militantes do partido, pouco importando-se eles se os líderes desse partido assaltam os cofres públicos, dão cobertura aos crimes cometidos pelos companheiros, perseguem e desmoralizam os opositores e buscam implantar a censura a todo custo. Que intelectuais são estes, me pergunto?

São apenas, me parece, seguidores de uma ideologia que já mostrou à exaustão a sua caminhada em direção contrária à democracia, à liberdade de ação e expressão, e à dignidade dos indivíduos. George Orwell em suas obras, tão conhecidas, 1984 e A revolução dos bichos nos alertou para o perigo desses sistemas autoritários e desumanos. E são, hoje, esses intelectuais-militantes que, quando se sentem pressionados pela falta de argumentos capazes de inocentar os atos petistas simplesmente afirmam: “Todos somos passíveis de erros”.

Erros?! Ora, ora, sabemos que o homem pode cometer equívocos em sua trajetória de vida, mas roubar (e deixar roubar) continuamente milhões e milhões do erário público e das empresas estatais, dinheiro dos impostos pagos por uma população que se esfalfa no trabalho e não se vê respeitada por isso, não pode ser classificado como erro e, sim, como crime e crime gravíssimo. Mas a cúpula do partido que nos governa faz desaparecer as provas e, então, são todos considerados inocentes porque nestes últimos 12 anos os presidentes Lula e Dilma nunca viram nada, nunca souberam de nada.

Agora, a disputa ferrenha para se manter no poder chegou ao fim com a vitória não do mais competente, não do melhor candidato, mas da candidata mais forte, protegida pela vultosa quantia gasta em sua campanha, e por meio de ligações e mensagens pelo celular àqueles que pelo pouco saber se deixaram ainda iludir pelas mentiras em relação ao seu oponente: “Não vote em Aécio porque ele vai acabar com o bolsa-família”. Estratégia que revela o mau-caratismo do partido do PT e de sua candidata. E é interessante lembrar que o STE também não soube de nada, não puniu a candidata, assim como Dona Dilma nada sabe sobre a Petrobrás e outros escândalos detectados em sua gestão.

Hoje, sentindo-se vitoriosa, ela volta, e seguindo os passos de seu padrinho e mentor, com o mesmo discurso hipócrita da reconciliação com o lema “paz e amor”, com o desejo de diálogo com toda a população e com todos os partidos. Isso, após atacar a classe média e as elites do país, como se criminosos fossem, dividindo o país entre pobres e ricos, entre nós e eles, entre o Norte e o Sul, colocando em prática, portanto aquilo que pregara antes, ou seja, “Em campanha eleitoral se faz o diabo”. E como ela fez o diabo! Como soube transformar a vida de seus oponentes num inferno! É só se lembrar de seus ataques a Marina e a Aécio.

E se Dona Dilma quer esquecer agora o que afirmou anteriormente, nós, a população, que sofremos as consequências de seus atos, não esqueceremos tão cedo a sua indigna postura. Dilma ganhou as eleições, mas sabe ela que não conquistou a população e se antes não a víamos com simpatia, esse sentimento se intensificou ainda mais e só deixará de existir, penso eu, quando a virmos pelas costas deixando o Palácio da Alvorada.


Uma escolha lógica


Há momentos em que a nossa escolha é pendular. Ora isto. Ora aquilo. Cecília Meirelles já nos alertara para a dúvida que nos angustia em determinados momentos em que somos obrigados a optar por coisas díspares ou similares, objetivas ou subjetivas, mas que exigem de nós uma rápida tomada de decisão, e nem sempre é fácil definir com clareza qual é mesmo o nosso objeto de desejo.

Agora, porém, o quadro que se vislumbra é outro. A disputa eleitoral que se encerra neste 26 de outubro, com Dilma e Aécio, não oferece obstáculos à nossa escolha. Ou se deseja a mudança para um futuro melhor e mais digno para o país e, consequentemente, para todos os brasileiros de todas as classes sociais, representada pelo competente candidato Aécio Neves, ou se mantém a sociedade refém de um partido que hipocritamente privilegiou a classe de banqueiros e empresários, enquanto fingia apoiar os pobres, dando a estes a ilusão de uma ascensão social com discursos paternalistas e a famigerada bolsa família, representada pela candidata e presidente petista Dilma Rousseff.

Assim, podemos classificar a posição de Aécio como o provedor das mudanças e do progresso, e da manutenção da democracia no Brasil com a alternância do poder; e a posição de Dilma como a mantenedora do status quo, ou seja, da posição em declínio da nossa economia, da perda da nossa credibilidade no exterior, e dos contínuos ataques a “res publica”, sendo a Petrobrás a bola da vez, mas outras mais virão certamente porque o PT tem-se mostrado insaciável no quesito “money for us”; nós, os petistas, é claro.

Por isso, para buscar um futuro promissor para nossos jovens, e emprego para os pais que hoje arcam com as despesas desses garotos ainda em formação, é necessário ir às urnas no próximo dia 26 consciente de que do nosso voto depende a conquista de um amanhã seguro, de uma vida de plena liberdade, bem diferente dos governos comunistas e, portanto, autoritários (amigos todos eles de Lula, Dilma e do PT) e que subjugam os jovens à sua ideologia marxista e retrógrada, cujo exemplo bem atual são os estudantes nas ruas de Hong Kong, arriscando a vida na luta por liberdade de expressão e por democracia, cansados que estão de serem impedidos de pensar e agir livremente na busca de seus sonhos.

Por isso, apenas por isso, o meu voto é pela democracia. Então, o meu candidato é Aécio Neves. E você o que deseja: democracia ou....?

O Vendedor de Minhocas

Há alguns meses, em sala de aula, propus aos meus alunos de Comunicação redigir um texto sobre um animal de estimação. O resultado foi ótimo. Alguns se envolveram e produziram textos muito interessantes. Um deles, denominado “A minha gata Amarela”, me conquistou e eu o coloquei aqui em meu blog. Na última semana, após a leitura de um texto cuja temática eram os sonhos, pedi que elaborassem uma crônica, ou algo assim, sobre a angústia, mas que contivesse leveza. Um aluno, Guili, do curso de Publicidade nos surpreendeu revelando a sua competência ficcional com o texto a seguir. E ele vale a leitura.


O Vendedor de Minhocas


Quem será o próximo a entrar neste ônibus que passa veloz... e cheio de pernas? Ao meu lado, um homem de idade, com a postura curvada, mas ainda assim alto. Sua aparência não era das melhores e a camisa branca extremamente larga o deixava ainda mais peculiar. Segurava firmemente uma bolsa térmica amarelada como se ela contivesse uma vida inteira em seu interior. E nem sequer balançava nas curvas, enraizado que estava entre o degrau e o assento preferencial.

Em meus pensamentos não parava de fantasiar sobre o que tinha dentro da bolsa, podia ter apenas uma carne para um churrasco ou até mesmo um coração que acabara de adquirir no mercado negro. Mas, sem dúvida a ideia mais plausível de todas era a que dentro da bolsa havia minhocas. Sim, em pé, ao meu lado, havia um vendedor de minhocas. Entretanto, como uma resposta abre espaço para outras perguntas quis saber para quem iria vendê-las e, além disso, quem usa minhocas em plena cidade de São Paulo? Minha mente explodiu de hipóteses...

De repente, o ônibus para e o homem desce certamente rumo a seu próximo cliente, feito um mascate. Minha angústia não foi ter deixado de perguntar pelo conteúdo da sacola, mas sim saber que o Vendedor de Minhocas sequer reparou que ele fora o tema de minha viagem.

Guili Waitzberg

Por que não voto em Marina?


Por que não voto em Marina Silva? É simples. Não acredito em duendes. Não acredito em milagres, e não acredito em incompetentes. Marina é incompetente para administrar um país, em especial o nosso, com todos os problemas que o seu partido de verdade(que não é o PSB), de coração mesmo, o PT, nos deixou após 12 anos de devastação nos cofres públicos e em suas estatais. Petrobrás e Eletrobrás comprovam isso.

Marina é Lula em outra roupagem, é a sua cópia xérox. Veio de uma camada pobre da população e apoia-se nesse requisito, tal como Lula, para pedir votos aos eleitores como se isso bastasse para alguém se alçar ao posto de estadista e representar todas as camadas da população na busca de soluções para os graves problemas que hoje se apresentam como um enorme desafio mesmo às mentes mais brilhantes do país, entre as quais ela não está inserida.

As suas limitações estão à vista de quem quer vê-las. Basta observar os seus avanços e recuos diante das reações que as suas palavras provocam, pelo medo de perder o apoio e/ou os votos de um grupo e de outro, o que a leva a usar a tática petista de: não ter lido o texto, não ter sido compreendida, ou não saber bem isto ou aquilo. A estratégia é a mesma e a linha de ataque de sua campanha também já se alinhou ao nível da petista oficial, a Dilmona. Ambas se digladiam frente às câmeras com agressões verbais, marca exclusiva do Partido dos Trabalhadores, aqueles que magicamente enriquecem sem nunca precisar trabalhar.

Bem diferente, porém, é o candidato Aécio Neves, do partido oposto, o PSDB. Aécio mantém a mesma postura digna de sua candidatura a outras eleições, que sempre venceu com grande número de votos, sem precisar baixar o nível de sua fala em relação a seus oponentes. É, sem dúvida, o melhor candidato porque melhor preparado que os demais, incluindo aí Marina e Dilma. Sua biografia é exemplar, revelando experiência na vida pública pelos diversos cargos que ocupou sem ser figura contínua nos noticiários por improbidade administrativa ou rumorosos escândalos como os que acompanhamos na gestão do Sr. Lula e Da. Dilma.

Por isso, votarei em Aécio.

Chega de PT! Chega de Lula e Dilma! Chega de engodo e ideologia barata! Precisamos de um estadista de verdade que atue com planejamento, que veja os problemas da nação como um todo e se volte para o mercado, para as Relações Internacionais de forma efetiva e global, vendo nos Estados Unidos um parceiro de peso e não um inimigo. E utilize o dinheiro aqui arrecadado pelos impostos em investimentos no nosso país e não em Cuba, Venezuela, Bolívia e outros e outros dos hermanos.

Por isso não votarei em Marina. Porque ela é mais do mesmo. Ela é cria do Lula e do PT, e de ambos quero distância. Marina é apenas mais uma “companheira”, pois assim se refere aos que a apoiam, utilizando a nomenclatura que aprendeu nas mesmas cartilhas de ideologia soviética que tão “bem” orientaram as ações maléficas do PT para desestabilizar as pessoas de bem deste país e o próprio país, que hoje está desvalido economicamente e desacreditado eticamente.

Não. Não votarei em Marina! Sonho com um país melhor e mais digno. Por isso, votarei em Aécio Neves, o mais competente, e ponto final.

Vamos errar de novo?


“Errar é humano”. É uma frase muito repetida sempre que se busca consolar alguém que comete uma falha, pequena ou grave, ainda que, em alguns casos, consideremos essa falha um ato de burrice. Mas vivemos em sociedade e devemos assim agir para que a harmonia tenha continuidade. E também porque um erro cometido hoje poderá nos levar a evitar um outro similar amanhã. Por isso talvez o provérbio siga seu curso no boca a boca cotidiano.

No mundo todo, inúmeros equívocos têm produzido histórias nem sempre com finais felizes, seja no plano pessoal, seja no espaço político ou na área econômica. As escolhas muitas vezes recaem sobre as pessoas erradas e, quase sempre, muitos anos se passam para que essa escolha equivocada possa ser corrigida.

Para se comprovar essa tese, basta observar o desempenho da economia em nosso país nos últimos anos. O Ministro Mantega, sob a batuta da regente Dilma, ignorou todas as advertências de sérios e competentes especialistas dessa área e cometeu as maiores atrocidades com a economia da nação brasileira, colocando o país novamente entre aqueles que apresentam sérios riscos para qualquer investidor de origem interna ou externa. O resultado é que hoje as fábricas estão parando porque ninguém vende nada, porque ninguém compra nada, porque ninguém está conseguindo emprego, porque o país está à beira do caos.

Diante de um quadro negro como esse, e às vésperas da mais importante eleição, surge um elemento desolador para compor a narrativa trágica que já vinha se desenrolando mês a mês no cenário político e econômico do país: o acidente que retirou de cena o candidato Eduardo Campos. A sua lacuna, agora preenchida por Marina Silva, aquela que se diz protegida pela Providência Divina, que quer nos convencer de que foi salva por Deus do acidente para “salvar” o Brasil, hoje em frangalhos após 12 anos do governo petista, um enorme equívoco eleitoral, é a mais nova ameaça para todos os brasileiros.

Como assim? dirão alguns: os mais crédulos, os mais ingênuos. É simples a justificativa. A candidata Marina é cria do PT, sempre militou pelo partido e foi Ministra do ex-Presidente Lula (o que nunca viu nada, o que nunca soube de nada) e só se desligou do governo por atritos com a Ministra, à época, Dilma Rousseff. Foi convidada por Eduardo Campos, contra a vontade do PSB, apenas para trazer votos ao candidato que era consciente de sua derrota agora, mas tinha por objetivo projetar sua imagem e fortalecer sua candidatura às eleições de 2018. Era também o objetivo de Marina, como vice de Eduardo. A queda da aeronave mudou tudo.
Agora, ela é candidata à presidência e as pessoas menos esclarecidas, em geral, acreditam que ela poderá fazer um bom governo e colocar o país nos trilhos. Mas como isso será possível se Marina é a candidata do atraso?!

Senão, vejamos: Marina se projetou com a bandeira da defesa do Meio Ambiente, o que é uma postura correta diante de tantos problemas ambientais; contudo ela tem se mostrado avessa a qualquer projeto econômico que contrarie seus ideais; assim, ela não dará prioridade à economia, tal como o fez Dilma Rousseff e, no momento, é exatamente de um candidato com esse perfil que o Brasil precisa. De alguém com visão clara e estratégica dos problemas que impedem o crescimento do país, que tenha coragem suficiente para tomar medidas impopulares até, se necessário, como fez o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, além da busca do Plano Real com o quê pôs fim à inflação. Após essas medidas prioritárias é que se torna possível atacar os demais problemas, e não tomando-se o caminho oposto.

Marina Silva teria essa coragem e essa competência? Claro que não. Ela é a candidata zen, a pobrezinha que subiu na vida com dificuldades, segundo seu discurso, e quer governar o país com a santidade dos anjos, tal como dizia seu guru político, o “Lulinha , Paz e Amor”, que tanto prometeu. E deu no que deu: roubalheira e mensalão.

Não podemos errar de novo.


Forever



Forever
você diz
Para sempre
digo eu

Palavras
Só palavras
Nada dura assim
Devagar tudo se esvai

Mas existe algo melhor
que ouvir ainda baixinho
aquele som sussurrante
roçando nossos ouvidos?
Forever...Forever...Forever...

O vazio



No azul oceânico
A pérola foi retirada
Na concha entreaberta
Só o sussurro do espectro.
No entorno, contudo,
As águas em ondas
Continuam seu curso.

Uma leitura analítica de ENGUIAS E ESTRELAS

Recebi um afago literário com a leitura de Clara Machado, professora de Literatura e amiga de longa data, de minha última obra Enguias e Estrelas e me senti irresistivelmente lisonjeada. Se mereço essa delicada e aprofundada análise, é uma outra história, mas que o texto é de uma beleza incomum, isso é inquestionável. Vamos a ele:


"O título é instigante, não só porque se apoia em Cortázar, mas por sua pertinência ao que sugere. “ENGUIAS”, peixes serpenteantes, indicia um deslizar pela profundidade, serpenteando no tempo... Isso nos leva à metáfora da busca do eu poético.

“O tempo: tudo é fugaz, tudo se desfaz” (p.7), desafia o leitor a mergulhar nos poemas para “pescar” o sentido na profundidade, considerando que na superfície somos seduzidos pela música antes de capturarmos os sentidos.

Do outro lado, as ESTRELAS, distantes, inalcançáveis, cintilantes, colocam a questão: será algo relativo à busca?

Depois da primeira leitura começamos a preencher a opacidade dos sentidos que estão além. Entendemos que o título soa quase como um “oráculo” que prenuncia algumas referências.

Fluidez, nadar em águas profundas, encontro com as sombras ou saltar para o AZUL, a duplicidade dos sentidos entre o escuro (estrelas) e o distante, o que nos leva aos desejos, aos sonhos,à efemeridade do tempo...

Os poemas surpreendem pelo jogo bem estruturado entre superfície musical e profundidade textual, o que pode levar os leitores a vários caminhos. Desde a primeira leitura, em muitos poemas, é possível sentir uma grande inquietação e angústia. Em geral, essa angústia não é evidente, pois vem mascarada pela musicalidade e pela agradável construção sintática. Neiva tece com maestria “a escrita como operação musical”. (Cortázar, p. 5).

Alguns poemas podem servir de bússola para evidenciar o que pode afetar um leitor desprevenido:

1) A perda (105): o defrontar-se com a morte inexorável é dito de forma delicada, musical, o deslizar dos sonhos e da vida em trilhas e trilhos, o som do apito, o clic e o flash (lembrou-me de Clarice em Um sopro de vida: a morte é só um instante, a gente para de respirar...). Lindas imagens-máscaras de um sentimento profundo de impotência e constatação do inevitável, exposto no “mármore”. Poema que ressoa em Ausência (123), ou vice-versa, “toquei a pedra e senti / A fria dimensão do silêncio”.

2) Desistência (85) remete à velhice com uma insustentável leveza... Talvez, por isso, cause maior impacto, quando decodificamos as metáforas. Uma poética da crueldade bem inovadora, se pensarmos numa forma singular de dizer o pior: “Fechar as janelas”; uma “lógica do pior” (C. Rosset) marca as trilhas da velhice inexorável, dita de maneira metafórica e musical.

3) Muitos poemas retomam a angústia diante da efemeridade da vida, da fluidez do tempo e das coisas; a dubiedade dos desejos, travestidos em sombras, em sonhos, em azul, em espelhos cintilantes onde um poema sempre ressoa em outro. Arte final redesenha o devir delirante, o declínio, o olvido... As ilusões se desvanecem na crueza da vida, tudo se esvai de alguma forma em imagens sonoras.

4) Nas mãos (101), os labirintos do desejo: a alegria do toque de ontem , o vazio, o silêncio e a mudez de hoje, no tempo das lembranças... Quem é idoso sabe disso, é o desejo pulsando sem máscaras, refletido no espelho do tempo, crueldade da vida exposta numa sintaxe musical, suave e serpenteante.

5) Os poemas se sustentam criativamente na musicalidade das palavras, a harmonia sintática esconde um universo borbulhante de dor, desencanto e solidão. O deslumbramento dessa harmonia, porém não tem a intenção de esconder a crueldade que escapa por algum vocábulo capaz de lançar-nos na profundidade do sentido: O pulsar (55), Teatro de Sombras (53) Sensações (141) são alguns exemplos dessa técnica.

6) Teias (49) é um dos poemas em que podemos fruir as correspondências fônicas, encarnadas naquele tipo de imagens que dizem o trágico sem perder a suavidade da música : “Nos finos fios dos anseios/ Na sutileza da trama onírica/ Na poeira do meu percurso/ (...) Na invisibilidade translúcida/ que secretamente cerceia / os tépidos ou telúricos desejos”.

Os poemas de Neiva são teias que enovelam o leitor, que encantam e perturbam; só quem penetra nas suas profundezas tem a possibilidade de perceber enguias e de “entender “ as longínquas “estrelas”.

São Paulo, 14 de julho de 2014

Clara Machado"

Um jogo desastroso. Será?

Hoje, após a derrota de ontem sofrida pela seleção brasileira diante da competentíssima seleção alemã de futebol, o país acordou mais triste e menos orgulhoso de seu futebol. Contudo, uma lição foi dada àqueles que acreditam que basta ter fé, ter pensamento positivo ou apostar no jeitinho brasileiro que no fim tudo dará certo. Não é verdade. E a Alemanha nos provou isso. Um time bem preparado técnica e emocionalmente não precisa de sorte, jeitinho ou afagos de políticos. Ele pisa o gramado pronto para enfrentar e vencer o adversário, e vence. Foi o que fizeram os jogadores alemães diante dos olhos atônitos dos telespectadores de todo o mundo. O resultado foi vexatório para nós, brasileiros, mas poderá ser benéfico se isso nos levar a ver que também assim tem sido a conduta política do país nestes últimos anos, o que nos levou a todo tipo de desastre. Falta planejamento, falta seriedade, faltam aos dirigentes laços afetivos pelo país que é nosso berço. País que é saqueado todos os dias pelos políticos sem moral. E assim,no final,tudo desaba: viadutos, futebol, economia, ética etc...etc...

Se tirarmos, porém,os "óculos escuros" que obscurecem a nossa percepção das falhas do tempo presente, poderemos, então, rever a nossa postura e virar o jogo em outubro próximo, o que certamente nos levará a sonhar de novo com dias melhores e resultados mais satisfatórios em todos os campos de atividades, e não só nos futebolísticos.

Interessante me pareceu o texto do médico Dr. Humberto de Luna Freire Filho "O fim da da festa" que tão bem soube analisar o momento por que passamos e, por essa razão, ele foi anexado neste meu blog para que outros pudessem também apreciá-lo.

"A festa acabou para os brasileiros que se vestem de patriotas a cada quatro anos. Espero que, agora, eles se juntem à maioria dos brasileiros que são patriotas todos os dias do ano sem precisar se envolver na bandeira nacional, aqueles que usam jaleco branco, aqueles que usam macacões de fábricas, aqueles que usam fardas, aqueles que cumprem as leis vigentes, aqueles que não tentam tirar vantagem em tudo, aqueles que não são gigolôs do governo, em suma aqueles que trabalham duro e pagam impostos.


Aproveitem a ressaca da derrota e deixem de lado por alguns dias o caderno de esportes; leiam o caderno de economia e vejam para onde está indo a nossa. Leiam o caderno de educação e avaliem o futuro do país. Leiam sobre a saúde pública e terão um belo roteiro para filme de terror. Leiam sobre a política e descubram que a cada dia surge um novo corrupto. Só não leiam sobre segurança, caso contrário você não mais sairá de casa.


Enfim, acordem: Deem menos crédito a essa imprensa esportiva comprometida com organismos internacionais e que não tem o menor respeito pela inteligência do cidadão, criando perspectivas onde não existem. Em outubro, ajudem aos brasileiros de boa fé por para fora do governo esses despreparados, corruptos e ladrões que tomaram conta do poder e estão destruindo o país. Além disso espero que assimilem bem a importante lição dada pelos alemães: o Brasil não é o país do futebol, já foi. O Brasil hoje é o país da corrupção institucionalizada. Obrigado Alemanha, pela grande ajuda dada ao povo brasileiro."


Humberto de Luna Freire Filho, médico

Uma cidade à beira de um ataque de nervos



Melhor do que eu, e com mais criatividade, o cineasta espanhol Almodóvar poderia hoje usar a palavra em meu blog ou, melhor ainda, a imagem que ele tão bem articula, para retratar a cidade de São Paulo e a angústia que a envolve, e a seus cidadãos, nestes tempos de guerra surreal e ideológica.

São passeatas e mais passeatas ocupando as suas ruas e impedindo o livre trânsito de pessoas e veículos que por elas precisam passar para chegar à casa, ao trabalho ou aos hospitais, e dos mais importantes, na região da Av. Paulista, a avenida predileta dos baderneiros. E só o conseguem após horas e horas de espera, de desconforto e medo entre gritos de ordem que mudam de temática todos os dias. Uns querem terra (MST), outros exigem teto (MTST), outros ainda Moradia Digna. São os integrantes do Movimento da Luta por Moradia Digna (MLMD). Não basta moradia: tem de ser digna, e de graça, claro. E outras e outras coisas mais, e tudo a custo zero. Essa história de comprar e pagar é coisa da elite. Dessa gente que vive de explorar o outro, segundo eles.

Hoje, estimulados por um governo populista que colocou na mente desse povo inculto (por isso, massa de manobra de um partido sem escrúpulos) que eles têm direito a tudo e nenhuma responsabilidade. Podem exigir, podem atravancar o trânsito, podem quebrar bancos e empresas e tudo que vier pela frente porque o governo garante a eles segurança e impunidade. É o caos!

E a nós, pobres mortais, que não compartilhamos dessas atividades criminosas e que saímos para o trabalho (que é o que sustenta o país) todos os dias, e cada dia mais cedo, para cumprir os horários estabelecidos, quem é que nos dá proteção? Ninguém mais. E a polícia que se atreva a proteger a população como sempre o fez! A mídia de esquerda, vendida ao governo, denuncia a “covardia e a violência” dos policiais contra os ”coitadinhos e inocentes black blocks” e vândalos similares. E o que vemos? A cada dia, mais e mais policiais, jovens e dedicados à profissão que escolheram e assumiram, perderem a vida nas ruas, vítimas de ataques da fusão PCC e PT, para fragilizar o governo de São Paulo, tal como ocorreu em 2006. Lembram-se...? Coincidência...? Será...?

Antes só conhecíamos essas cenas no cinema, na ficção, mas não em nossa realidade, não em nosso quintal. Bastou, no entanto, que essa gangue do ”vale tudo” assumisse o governo federal desejando nele se perpetuar (basta ver Cuba, Venezuela, e outros, e outros, governos de esquerda), para que esse ambiente nefasto de guerra aqui se instalasse.

Agora, mais do que nunca, o nosso país e a nossa gente sofrem terrivelmente os efeitos letais de uma escolha errada nas urnas, elegendo aqueles que disseminam a dor e o ódio porque na verdade odeiam o povo, embora afirmem o contrário, mas amam o poder e dele, pelo voto, não vão querer se afastar. Como fazer, então? É a pergunta que fica. É a pergunta que nos aterroriza e nos angustia diante do quadro atual.

Enguias e Estrelas em noite de lançamento


No final de maio, dia 26, na Livraria da Vila do Shopping Pátio Higienópolis, alunos, amigos e familiares comigo comemoraram o lançamento de Enguias e Estrelas, meu livro de poemas, ou melhor, de tentativas poéticas. Foi memorável.

E memorável, principalmente, pelo grande número de alunos (alguns acompanhados dos pais, o que me alegrou duplamente) que vieram me abraçar, conhecer a obra e dividir comigo um momento tão importante. Foram todos fotografados e imageticamente ficarão na memória para que mais tarde eu me recorde deles com carinho, com muito carinho, é claro.

Aqui fica o meu agradecimento sincero a todos esses garotos que ali estiveram e deram um sentido maior ao evento. O meu agradecimento também aos amigos e familiares que, apesar das distâncias e/ou atropelos característicos de uma metrópole como São Paulo, enfrentaram essas barreiras para privilegiar essa minha nova aventura literária. A todos o meu eterno carinho.


Chegadas e Partidas


Tudo tem um começo e tudo tem um fim. Parece ser uma lei universal. Nem sempre, porém, os homens compreendem essas leis. Entendem alguns que são detentores de poderes sobrenaturais capazes, então, de decidir o seu destino e também os dos demais. Vivem no mais puro engano, pois à vida se segue a morte e há sempre renovação.

Esquecem-se eles que, por mais que brilhe o sol no mais intenso dia de verão, a noite chega de mansinho e com ela o crepúsculo; este, com suas sombras difusas, vai apagando os restos do dia e de sua luminosidade até que em seu lugar surja a discreta e enigmática presença da lua.

Assim, nesse pacto eterno, o sol e a lua respeitam mutuamente um ao outro, como se entre eles houvesse um acordo ancestral, um documento assinado em cartório virtual com o testemunho de todos nós. Um documento perene na memória de todos os seres vivos e que deveria nos servir de modelo no trato das relações humanas para que a harmonia pudesse se sobrepor aos conflitos.

Contudo, não é bem isso o que presenciamos ou mesmo repetimos em nossa vivência, em nossa rotina. Basta olhar com mais atenção o entorno. A ética e o respeito mútuo estão em baixa, enquanto a esperteza e a violência dominam todos os espaços, com a complacência dos que nos governam, ou seja, do Partido dos Trabalhadores. Trabalhadores apenas na sigla, mas dos que nada fazem, na prática, a não ser passeatas e quebra-quebra para infernizar a vida dos que realmente precisam e querem trabalhar para o bem de todos e, consequentemente, do país.

E o que querem eles, os petistas, afinal? Tudo indica que os militantes, pagos muitas vezes para assim agir como já ficou provado em foto e filme (em junho de 2013), são incentivados a essas práticas, muitas delas criminosas, para trazer a instabilidade ao país e, então, diante do caos instaurado, apelar para o Regime de Exceção que todos sabemos é a pá de cal na Democracia.

E eles não querem a Democracia, pois esta exige a alternância no poder, a lua substituindo o sol e vice-versa. E como a população já sentiu o gosto amargo do governo do PT e quer renovação em outubro, o perigo de perder as eleições os assusta e passam a utilizar com mais ênfase as conhecidas práticas stalinistas, agarrando-se visivelmente ao poder como plantas parasitas aos vegetais que as alimentam. Cientes de que são indesejáveis pela maioria, e aceitos apenas pelos que são por eles cooptados ou dominados por uma ideologia truculenta e retrógrada, não pensam em entregar o poder, insinuando continuamente mandar às favas o regime democrático vigente e estabelecido pela Constituição de 1988.

O último golpe sujo desse partido nefasto, que chegou ao governo em 2003, foi o decreto 8.243 de Da. Dilma, de 23/05/14, criando a Política Nacional de Participação Social (PNPS), classificado pelo seriíssimo jornal O Estado de S. Paulo como “um conjunto de barbaridades jurídicas, ainda que possa soar, numa leitura desatenta, como uma resposta aos difusos anseios das ruas”. E, segundo o respeitável jurista Hélio Bicudo, “O decreto enfraquece a democracia”. Ele nada mais é que a exclusão do Congresso, pois estes parlamentares seriam substituídos por grupos do povo, alinhados certamente ao partido do governo, para aprovar os projetos deste. Ora, isso representa o primeiro e mais eficiente golpe contra a nossa Constituição, ou seja, contra o Estado Democrático de Direito do país.

Vemos assim que o nosso futuro não parece muito promissor, porque o Supremo Tribunal Federal já não mais contará com a presença do maior defensor da ética e da dignidade, o Ministro Joaquim Barbosa. Achou ele que era o momento da partida, após um trabalho memorável para a recuperação moral e jurídica da nação e que não cairá tão cedo no esquecimento entre os brasileiros de bem deste país. Em contrapartida, o Supremo Tribunal Eleitoral já está nas mãos do Ministro Dias Tóffoli, defensor ferrenho do PT e de suas práticas danosas ao país, aliás, de longa data advogado do Partido dos Trabalhadores e que só por uma aberração jurídica participou do julgamento do Mensalão.

E a população brasileira, representada nas ruas, hoje, por sindicatos (todos de esquerda) e grupos do MST, e similares, vândalos em sua maioria, não tem o que comemorar em um ano de Copa, no país do futebol. E por essa razão, por ser o brasileiro um apaixonado por esse esporte, nada justifica os gritos vazios de “Não teremos Copa”. Eles deveriam clamar, sim, por: “Não queremos mais corrupção!” ou “Chega de Lula e Dilma, chega de PT!”, pois já nos cansamos desse modo de governar e desejaríamos ter de volta o estilo FHC.

Livros e leituras


Gosto de ler! Adoro ler! Dizem alguns.
Não, não gosto de ler. Ler me dá sono. Dizem outros.

Os gostos diferem. Eu sei. E todos sabemos que ler é um hábito. E os jovens, hoje, não praticam muito a leitura como atividade lúdica. Preferem os games que contêm narrativas mais instigantes porque, ali, em sua estrutura interativa, eles se tornam os agentes da ação, podendo escolher esta ou aquela opção para ganhar a batalha, para vencer o inimigo.

Mas podem mudar, penso eu. Podem aos poucos começar a se interessar também pelas histórias que irrompem das palavras coladas às páginas e a vivenciar os conflitos dos personagens como se estivessem diante de uma tela de cinema ou do computador.

Por essa razão, a cada início de semestre, começo a relacionar as obras lidas por mim no período anterior, e também nas férias, tentando observar se entre essas leituras algumas delas possam despertar o interesse desses meninos de dedos ágeis e apaixonados apenas, nos parece, pelos resultados que as teclas de seus equipamentos tecnológicos de última geração possam lhes trazer.

Assim, vou buscando atraí-los e resgatá-los para o espaço literário por meio da temática, como em Bonsai, de Alejandro Zambra, em cujo relacionamento atual e afetivo de dois jovens personagens eles se veem; ou pela estrutura criativa, como em Diário de um ano ruim, de J. M. Coetzee, em que a página é dividida em três partes, contendo um curto ensaio e dois diferentes narradores, ou mesmo Intermitências da morte, de José Saramago, cuja ironia perpassa toda a narrativa em que a morte, magoada por não ser amada pelos homens, entra em greve e não mata mais ninguém.

Sempre busco um nível de dificuldades que considero adequado aos recém- universitários para que a intelecção seja possível e a leitura vá se tornando um momento de prazer e não de tortura. Para que os não habituados a ela comecem a descobrir que as histórias narradas por bons autores abrem a nossa mente e os nossos olhos para universos que, embora pareçam tão distantes, às vezes, se tornam muito próximos de nós. E nos encantam. E, assim, o primeiro acordo de paz entre autor e leitor será assinado sem mágoas e, acredito mesmo, que vários outros a esse se seguirão.

Otimista? Nem tanto. Experiência, eu diria. É que a discussão das obras escolhidas no espaço acadêmico acaba por gerar dúvidas, comentários e discussões entre os colegas, desperta a curiosidade de outros não tão interessados e termina por contagiá-los. E assim nasce mais um leitor. E isso não é maravilhoso?

Na próxima segunda-feira (26/05/14), estarei autografando meu novo livro, agora de poemas, Enguias e estrelas, e ficarei muito feliz com a presença dos familiares e amigos, os mais queridos, e em especial dos alunos que vierem comemorar comigo esse momento literário tão bom. Sei que eles, os alunos, virão. E para alguns será, talvez, a primeira experiência em eventos como esse. Enquanto que para mim, sem dúvida,fará parte de mais um capítulo interessante da minha história acadêmica e de vida porque, em nossa trajetória, o mais importante é saber que, ao deixar pegadas, outros mais jovens poderão refazer o percurso e chegar bem mais longe que nós. É o meu desejo. É a minha expectativa.

O ser dividido


Provas! Provas! Muitas provas! Terminada essa fase de exaustivo trabalho, um professor deseja apenas uma atividade relaxante que o distancie da prática acadêmica de diferenciar o certo do errado, de avaliar a produção do aluno, e de indicar-lhe melhores caminhos.

Para isso, pensei, um filme clássico seria o ideal. Que me levasse para bem longe da mesmice do dia a dia que, pouco a pouco, embolora a mente e deleta os sonhos. Que filme? Perguntou um amigo meu, grande colecionador de narrativas célebres e professor de roteiros. E no mesmo instante surgiu a imagem retida na memória por algumas décadas: “Doutor Jivago”. Ele me trouxe o filme, de 1965. Eu o revi. Belíssimo! As mesmas emoções afloraram diante de determinadas cenas e de outras das quais já me esquecera. Tantos anos...tantos anos... A fotografia, a trilha sonora (“Tema de Lara”), a atuação de Omar Sharif, como Dr. Jivago, de Julie Christie, como Lara, e de Geraldine Chaplin, como Tonya, completaram a narrativa que se passa na Rússia, no período da revolução bolchevique, e das transformações ali ocorridas quando da tomada do poder pelos comunistas.

As cenas são fortes. A perda da individualidade em função do coletivismo e do autoritarismo é revelada sem maquiagem, e nos faz sofrer naquele mundo agônico em que são mergulhados os personagens, agora despojados de seus bens, da privacidade do seu espaço familiar, e de sua dignidade.

Entende-se, então, porque a obra de Boris Pasternak Doutor Jivago foi proibida na Rússia, à época, e seus originais levados clandestinamente para a Itália, onde foi editado pela primeira vez. A obra tornou-se um best-seller e o autor indicado para o Prêmio Nobel de Literatura. Contudo, ele foi impedido pelo governo de Moscou a receber o prêmio e obrigado a devolver essa tão valiosa homenagem, uma verdadeira honraria. A obra só foi liberada na Rússia em 1989, quando Mikhail Gorbatchev, por fim, deu início a algumas mudanças no sistema, possibilitando assim que frestas surgissem na fechadíssima “Cortina de ferro”, como ficou conhecida a Antiga União Soviética.

Voltando ao filme, é impossível não se envolver com a narrativa que com leveza vai entrelaçando a história dos três personagens: o médico e poeta Dr Jivago; Tonya, a delicada esposa e quase irmã, porque cresceram juntos na mesma casa, e Lara, a linda garota que conheceu em circunstâncias dramáticas e reencontrou depois nos campos de batalha, onde o auxiliou como enfermeira.

Sensível e humano, “demasiadamente humano”, diria Nietzsche, Jivago busca o belo em todos os momentos, em todos os lugares e encontra em Lara a suprema beleza com a qual sempre sonhara. O amor invade a tela e nos atrai para ela, para acompanharmos a difícil decisão de Jivago, dividido entre a doce Tonya e a encantadora Lara. E ficamos entre uma e outra, mas não tomamos partido porque a escolha se fosse nossa também seria impossível, e, assim, inertes, mas emocionados, seguimos esperando pelo desfecho.

O filme é de longa duração e nos transporta para um espaço em que a vida vibra, é tensa, e nos leva depois à reflexão sobre nossas escolhas e decisões. Há muitas coisas difíceis de se explicar na vida. Atitudes que tomamos, às vezes, e que passado algum tempo percebemos que foram um equívoco imperdoável; frases pronunciadas das quais nos arrependemos depois e que ficam retornando à nossa memória como uma agonia lenta e interminável; escolhas que imaginávamos as mais acertadas, mas se revelaram as mais problemáticas... E entre acertos e equívocos, vamos redigindo o que chamamos de retrato de vida. E quem pode fugir dele?




O que nos motiva

Após um pequeno texto meu, publicado no "Fórum dos Leitores" do Jornal O Estado de São Paulo, em 11/04/14, recebi o e-mail abaixo de um professor que não conhecia até então. Decidi postá-lo aqui (juntamente com o texto publicado)para que outros sintam como é bom ter o apoio dos que pensam como nós.

Efusivos cumprimentos por sua excelente mensagem de hoje no ”Estadão” on-line.
Com bem escolhidas palavras, a senhora disse o que tantos de nós gostaríamos de expressar.
Tenha um ótimo dia!
Com admiração pela coragem,
Prof. Ênio José Toniolo (aposentado da UNESP)

QUE TESTEMUNHO!

Excelente e esclarecedor, uma verdadeira aula de História Política o texto de Fernão Lara Mesquita "1964 – um testemunho". Nele há um resgate dos fatos históricos que levaram à mudança do regime democrático para o regime autoritário naquele período. Ou seja, o perigo que rondava o nosso país diante do apetite voraz da Rússia comunista, que já tomara à força tantos países europeus e de outros continentes, massacrando e dizimando barbaramente a população para ali impor seus ditadores sanguinários. O Brasil era o próximo da interminável lista desses déspotas vermelhos e, para isso, aqui agiam os terroristas simpáticos a esse regime, treinados em Cuba para detonar bombas em lugares públicos, matando e mutilando friamente civis inocentes apenas para facilitar aqui a implantação da ditadura comunista (hoje denominada socialista), que tanto mal fez e faz às populações por ela atingidas. Por isso, certa estava Margareth Thatcher ao afirmar que "grama que o socialismo pisou nunca mais cresceu". E hoje, distorcendo os fatos, como se todos fôssemos ignorantes, querem vender à população a imagem de que são "pobres vítimas" da ditadura militar e que lutaram contra essa ditadura para salvar o País de um regime repressor, como se viu na pantomima dos presos do mensalão, erguendo os braços, num gesto de força, acreditando ainda na vitória da outra ditadura, a dos socialistas. Para esclarecer melhor essa questão, sugiro que a tão poderosa Comissão da Verdade, que busca desvendar os crimes cometidos pelos militares, averigue também os outros crimes, aqueles cometidos pelos terroristas nessa época, e também agora, começando pelo assassinato do ex-prefeito Toninho, de Campinas, e de Celso Daniel (também cruelmente torturado), cujos inquéritos foram inexplicavelmente finalizados às pressas e considerados crimes comuns, e não políticos, talvez pela proximidade das eleições que elegeriam logo após, e com grande pompa, o ex-presidente Lula, ícone do Partido dos Trabalhadores e, à época, o "Partido dos Puros".

Neiva Pitta Kadota npkadota@terra.com.br
São Paulo

*



Nem tudo está perdido


O otimismo foi por longos anos a característica maior do nosso povo. Por mais que o momento se revelasse sombrio, sempre se esperava por dias melhores e, ilusoriamente ou não, fatos positivos acabavam retornando às manchetes dos jornais. E tudo voltava à rotina com milhões de mãos tecendo a teia que reconstruiria o país.

Por isso, a surpresa diante da desesperança do brasileiro nos dias de hoje, diante da incredulidade em relação ao que nos acontecerá num futuro próximo, muito próximo.

O meu “termômetro” tem sido a conversa com motoristas de táxi. Enquanto o veículo roda para me levar a meu destino, a conversa rola entre nós e ouço comentários como: “A senhora que é professora me diga: o que é que o povo está esperando para sair às ruas de novo e exigir não os vinte centavos da tarifa de ônibus, mas sim os milhões e milhões que este governo tem gasto à toa, tem desviado para contas no exterior, tem levado para outros países, como Cuba, Bolívia, Venezuela e outros, segundo eles, para ajudar países em necessidade. E nós? Nós somos um país rico, por acaso? Então, por que falta tanta coisa aqui? Por que os aposentados não recebem um benefício justo depois de tantos anos de contribuição? Eu trabalhei por mais de 30 anos em uma empresa, me aposentei, e hoje sou motorista porque o que recebo do INSS não dá para viver com dignidade. Minha mulher é doente. Nós gastamos muito com remédios. Se eu não trabalhar...

Vejo, então, que também os motoristas de táxi estão acompanhando os noticiários, estão cientes das mazelas de Brasília, estão preocupados com o seu futuro e o destino do país. E isso é bom! Vejo que a incerteza existe não apenas para os empresários que muito dinheiro aplicaram em seus projetos, confiando na contrapartida do governo, e não estão recebendo o retorno esperado (porque não houve a contrapartida), ou para as pessoas com nível mais elevado de escolaridade que se veem perplexas diante de tanto descaso das autoridades políticas para com a economia que se esvai e para com o povo que tantos impostos paga e quase nada recebe em serviços públicos. Parece que todos começam a acordar do sonho de um “Brasil grande” para a realidade de um país que está se quebrando.

Sim, existe um Brasil que está dando certo, que posa feliz para as câmeras e que caminha rumo a um futuro de sucesso, mas é apenas o das campanhas publicitárias superfaturadas e pagas com o nosso dinheiro. Só ali vemos o Brasil que gostaríamos de ter, mas que a cada dia fica mais distante de nós, graças às politicagens em forma de assaltos a empresas como a Petrobrás, Eletrobrás e outras e outras.

Contudo, é possível visualizar um lado positivo em meio a essa sensação de que estamos perdidos e exigimos uma mudança urgente na área política, após uma década e um pouco mais sob a batuta desafinada do governo do PT. É exatamente o fato de a população dar sinais de cansaço e desesperança com um partido que prometeu tanto no campo da ética, da seriedade e da competência e só deu vexame, com suas intermináveis trapalhadas e seu apetite voraz e insaciável pelo dinheiro dos cofres públicos, abastecidos estes com o trabalho árduo dos pobres contribuintes na forma de impostos exorbitantes.

Certa estava minha avó, que se foi há muito tempo e felizmente não conheceu a quadrilha faminta e arrogante dos petistas, quando dizia “Quem nunca comeu mel, quando come se lambuza”. Que sapiência!


Sensibilidade seletiva


Muito me deveria comover nesta semana as manifestações do governo e da mídia ao resgatar o aniversário de 50 anos em que a ditadura militar foi implantada no Brasil. Histórias e mais histórias dos que perderam familiares e dos que sofreram tortura naquelas duas décadas denominadas “anos de chumbo” e que marcaram negativamente o país, pois ditadura é ditadura e não se pode elogiá-las. Mas não me comovi.

Todos os jornais estamparam nas primeiras páginas cenas de violência dos militares para rememorar as ações negativas praticadas por eles “contra a população”, dizíamos matutinos. Cadernos especiais com críticas ferozes aos que “aplicaram o golpe, acabando com a democracia vigente”, foram acrescentados à mídia impressa, enquanto a tela da Globo e de outras emissoras que a seguiram em sua programação de imagens conhecidas e repetidas dos militares empunhando suas armas nas ruas, numa guerra por maior audiência. Mas não me comovi.

E como não poderia deixar de acontecer, a Presidente Dilma veio à TV, aproveitando o momento (imperdível, como político-eleitoreiro), para se solidarizar com aqueles que como ela foram “vítimas inocentes” daquele período tão violento! Chorosa, sensível, com a voz titubeante, ela mostrou sua fragilidade humana aos espectadores que, certamente, como o previamente calculado, se comoveram. Mas não me comovi.

E não me comovi porque conheço a História. Sei muito bem o que levou os generais à tomada do poder. Sei sim do perigo que rondava o país naquele período. E só para recordar, em 1959, Fidel Castro derrubara uma ditadura em Cuba, o que lhe rendeu os aplausos de todos os países democráticos, mas foi uma euforia efêmera porque logo após, ele e seus aliados, entre eles o famoso Che Guevara, hoje lembrado nas camisetas de nossos ingênuos jovens que se dizem de esquerda, sem saber exatamente o que isso significa, impuseram uma nova ditadura àquele pobre povo. E ela perdura até hoje. E isso me comove, sim.

A mim comove toda vez que penso em um médico cubano que é obrigado a deixar sua casa, sua família, e trabalhar em regime de escravidão em outro país, sem voz para reclamar os seus direitos como ser humano. Mas isso não sensibiliza Da. Dilma.
A mim comove acompanhar o massacre do povo venezuelano pelas forças do ditador Maduro, porque é um ditador como fora Hugo Chaves, ambos amigos do peito do governo brasileiro, sem uma voz que aqui os defenda. Mas isso não sensibiliza Da. Dilma. Sua sensibilidade é seletiva!

E não fosse a reação dos militares em 1964, diante dos movimentos que agitavam o país, estimulados pelos comunistas que levavam a população às ruas, com greves, passeatas e gritos de guerra de todo tipo, similar ao que acontece hoje, tudo indica, estaríamos nós também sob uma rígida ditadura de esquerda, comendo o pão que o diabo rejeitou. E isso me comove, sim.

Mas ver e ouvir a presidente Dilma fingir que lutou pela democracia e que desejava a liberdade do país, assim como seus “companheiros de luta”, ressalte-se: luta armada, assaltos a bancos, ataque à bomba, resultando na morte de inocentes mesmo. Isso não me comove. Isso me deixa indignada.

Indignada porque sou obrigada a acompanhar a farsa de uma falsa heroína que repete, a cada instante de seus discursos, a palavra democracia para ocultar seus desejos mais íntimos, o que não é mistério para ninguém: que é ver seu sonho realizado, ou seja, transformar o país em um sistema socialista e, portanto, ditatorial, porque onde o socialismo aporta, nele se aninha o autoritarismo. Basta observar os países queridinhos da presidente Dilma, como Cuba, Venezuela, Irã, Coreia do Norte, China e outros países da África cujos povos conhecem todas as agruras de viver sob um regime que reprime e mata os adversários políticos e explora sua população, obrigando-a a viver em regime de extrema pobreza, enquanto os dirigentes gozam das maiores regalias e do luxo exagerado que esse excesso de poder propicia.

Não, não me comovo com as homenagens às vítimas de 64, porque sei que se isso não ocorresse, seríamos nós, hoje, as vítimas maiores desse sistema desumano que viceja como praga na América Latina.

"Minha gata Amarela"



Uma novidade surgiu em meu blog no dia de hoje. Acabo de postar um texto de outrem. Explico-me. Como atividade acadêmica em uma aula sobre intertextualidade, e após a leitura de uma resenha de Carlos Heitor Cony sobre a obra Cão como nós, de Manuel Alegre, em que o poeta fala sobre a perda de sua cadelinha Kurica, pedi a meus alunos que redigissem um texto, uma crônica, relatando um fato envolvendo animais de estimação. Alguns atenderam ao meu pedido apenas como uma tarefa a ser cumprida, outros se empenharam mais e foram até criativos. Entre estes, o texto abaixo que li e com ele me deliciei. Gostaria, então, de dividir com meus amigos a trajetória de um felino de sorte: a elegante gatinha Amarela.


Minha Gata Amarela

Certo dia, apareceram próximo ao portão da casa dos meus pais, na época em que eu lá vivia, duas lindas gatinhas. Me lembro como se fosse hoje, no início dos anos dois mil. Era uma manhã de sol e lá estavam elas, mãe e filha em busca de abrigo, como se fossem duas ladys inglesas, saídas de um filme de mil e novecentos ou dos estúdios Disney.

Contudo, elas não pareciam desesperadas. Muito pelo contrário, pareciam duas senhoras de classe que nos davam o prazer de sua presença. Minha família que tinha o hábito de ter gatos em casa, logo se encantou com elas. Acredito inclusive que este tenha sido o motivo de algum provável vizinho ter indicado nossa casa, ou mesmo tê-las deixado ali.

As duas eram elegantes e tinham a cauda peluda e as patas grossas. A mais velha, provavelmente a mãe, já que não sabíamos sua origem, era branca com manchas amarelas e a mais jovem, marrom claro. Ambas se sentiram confortáveis muito rapidamente.
A mais velha que passamos a chamar Amarela, não andava. Desfilava. Era muito engraçado ver um animal tão pequeno e, de certa forma, frágil, com tamanha soberba. A mais jovem acabou não recebendo apelido e era bem adolescente. Ainda brincava com bolinhas de papel e gostava de correr pela casa. Como já tínhamos dois outros gatos em casa, o espaço ficou reduzido.

Uma semana depois meus pais optaram por doar a gata mais jovem e meu pai a levou a uma feira de artesanato no centro da cidade, onde essa prática era normal. Desde de cedo Amarela conseguiu seu espaço e, com sua postura, sobreviveu.
Minha mãe, experiente no assunto, já sabia que a presença de uma nova fêmea seria um problema. Tanto com os gatos machos da casa, quanto com os de fora, vindos dos mais longínquos telhados, trazidos pelo humus boniuris que uma gata no cio pode proporcionar. Os ruídos horripilantes e as brigas seriam inevitáveis.

Mas Amarela parecia não se preocupar muito com estas questões diplomáticas. Durante seu período de vida em nossa casa, escolheu diversos lugares para dormir, mas de manhã o ritual se repetia. Parava próxima à geladeira e, sem dar um único miado, aguardava como Merryl Streep em seu papel de Miranda, no filme “O Diabo Veste Prada”, com um ar questionador nos olhos, por que a comida ainda não estava no prato.

Preocupado com o assunto da fertilidade da gata, resolvi assumir o problema e mandei operá-la para que não tivesse mais gatinhos.
E assim viveu por muitos anos em nossa casa. Sempre que chegava do trabalho, ela se enroscava em minhas pernas, mas não gostava de colo. Ela mandava. Às vezes, quando descansava no sofá da sala, ela vinha e se deitava em meu peito, como os gatos fazem, atrapalhando minha visão da tv.

Amarela passou anos na casa dos meus pais. Escolheu o abrigo dos carros e, pelo portão, fez mais amizades do que eu. Aos domingos, me impressionava ver quantas pessoas passavam pela frente da casa para cumprimentá-la.
Já aqui em São Paulo, um dia recebi um telefonema de minha mãe. Amarela se foi. Morreu de velhice no abrigo, onde viveu sua vida, seus enfrentamentos com outros gatos e suas amizades com os seres humanos. Fiquei muito triste, mas como diz um amigo meu: “as pessoas morrem”. E eu complementaria: “E a vida continua...”



Eduardo Videla FAAP

A coerção das escolhas


Escolher é um dos privilégios dos que vivem em espaços livres, democráticos, cujas leis garantem os direitos quanto à sua expressão, quanto à proteção da sua integridade física e à garantia de seus bens. Sob esse manto jurídico, as pessoas podem planejar o futuro e sonhar com uma sociedade mais humana, mais harmônica e menos conflituosa.

Mas não é bem isso que estamos observando em muitos países que, por ganância de seus governantes, por desejo de poder, manipulam e massacram a população por eles dominada, impedindo-a de viver com decência e dignidade, condenando-a ao silêncio e à submissão, sem direito ao sonho de uma vida melhor. É o que se observa hoje no continente sul-americano, por exemplo, dominado em sua maioria por ditadores de esquerda que se dizem democratas (mas punem com autoritarismo e violência o pensamento divergente e oprimem vergonhosamente a população), enquanto enriquecem às custas desse povo infeliz, impedindo-o de exercer a cidadania e, assim, optar por uma vida plena e um futuro promissor.

O discurso messiânico da esquerda, que demoniza a direita atribuindo a ela a exploração do homem pelo homem, ou seja, do empregado pelo patrão, prega e promete o governo do povo para o povo, mas na prática o que se vê é a submissão extrema do povo por esses déspotas, a escravidão hipócrita do povo por esses dirigentes desumanos, como se pode ver pela negociação efetuada entre Cuba e Brasil, conhecida por todos os brasileiros, tomando como “mercadoria” os escravos-médicos cubanos que para o nosso país vieram não para atender à falaciosa carência por aqui desses profissionais, mas sim para enviar mais dinheiro para o cínico ditador Fidel Castro. Fidel, o revolucionário de esquerda que “odeia” o capitalismo, que “odeia” o dinheiro. Ou melhor, que odeia o dinheiro nas mãos dos outros, mas se regozija com ele em sua conta bancária.

Certa estava Margareth Thatcher ao afirmar que “grama que a esquerda pisou nunca mais cresceu”. Essa praga tem sido terrível para o desenvolvimento dos povos e pouco a pouco vem ampliando seus tentáculos, lutando por uma dominação total, não só do nosso continente, mas do mundo todo, utilizando para isso os métodos mais espúrios, os métodos do estrategista do mal, como é conhecido Gramsci, de que os fins justificam os meios, ou seja, de que tudo é permitido desde que seja para fortalecer o partido, a sua ideologia, a ideologia de esquerda, é claro.

A cidade de São Paulo tem sido a vítima da vez, nestes últimos tempos, desses métodos canalhas. As eleições estão próximas, é preciso tomar o estado a qualquer preço (porque a cidade já caiu nas mãos dos petralhas) e, para isso, todos os meios são válidos: contínuas passeatas às seis da tarde e em outros horários também, na Paulista, para atravancar o trânsito; incendiar ônibus para fazer pensar que a população está insatisfeita com os serviços; “criar” panes no Metrô para irritar ainda mais a população com os atrasos, e provocar confrontos com a polícia para buscar desmoralizá-la e, dessa forma, convencer o povo de que o governo paulista é ineficiente, na tentativa de vender à população a ideia da necessidade de uma mudança de rumo, uma substituição do PSDB pelo PT, “o partido dos puros”.

Mas será que em São Paulo, o estado tão bem administrado até agora e que, por isso, tem sustentado o país, inclusive os gastos abusivos do governo federal, como se vê na mídia todos os dias, as pessoas vão querer vê-lo como a Petrobrás, em frangalhos, com seus cofres vazios e sem credibilidade? Será que preferem entregá-lo a um grupo de meliantes que dizem assinar contratos de bilhões de reais sem ler e que depois buscam os bodes expiatórios para isentar-se de qualquer responsabilidade? Será mesmo que é essa gente que pretendemos colocar no governo paulista para assegurar o futuro da nossa família e de nossos direitos? Não sei não, mas penso que um povo mais esclarecido e que foi às ruas por muito menos e exigiu o “impeachment” do Presidente Collor em um passado não muito distante, não vai querer agora entregar o filét mignon do país para convivas tão famintos como os famigerados integrantes dessa esquerda caviar.

Os paulistas certamente saberão distinguir, apesar da pressão do bilionário marketing do governo federal para esta campanha, o que é bom para nós e o que é bom para eles, e dirão: Não à submissão e à escravatura da esquerda, e Sim ao futuro e à liberdade do sistema democrático.


Inspiração


Ocorrem, às vezes, discussões com amigos ou alunos sobre essa quase inexplicável habilidade de alguns escritores ou poetas em usar as palavras de forma tão surpreendente e sedutora que parecem surgir de um cérebro encantado, em momentos especiais, momentos esses que para muitos estão sob a égide da inspiração. Será mesmo? Sobre essa delicada questão, achei em meu computador um fragmento que há muito redigi referindo-me a ela, à inspiração e resolvi transcrevê-lo.

“Se por inspiração entendermos um elemento exterior que age, independente da nossa vontade, guiando o nosso traço de forma autômata e levando-nos naquele instante a produzir algo de extrema beleza e sensibilidade, com a qual sequer sonhávamos, certamente encontraremos, para aceitá-la, uma resistência natural e neuronal, pois a arte, nenhuma arte, surge do vazio. Há sempre um passado, uma anterioridade que a ela se conecta, uma vivência, um aprendizado, e é o que nos leva a uma postura diferenciada no olhar e sentir o mundo. Certos estão, me parece, os que afirmam ser a obra artística um produto que exige do autor 80% de suor e 20% de 'inspiração'.

Mas todo ser humano terá talvez sentido, em alguns momentos, uma certa inapetência diante da multiplicidade lexical à sua disposição. São tantas as palavras! Elas ali estão. E tão próximas, tão estranhas e fugazes, também, que às vezes, nos parecem inatingíveis. E nesse instante de agônica indefinição, nenhuma parece se ajustar ao que se tem a dizer, apesar da simplicidade do processo: basta juntá-las para o texto se produzir. Mas se o nosso desejo é, por exemplo, descrever esteticamente objetos, quaisquer objetos, com um outro olhar, os fonemas parecem não se articular com a leveza exigida e as frases transitam por veredas já vistas e revistas. São longas, gastas, exauridas: pisamos sobre as nossas próprias pegadas ou, o que é ainda pior, sobre as de outros. E o texto se apequena e não nos satisfaz se o que se quer é um texto que ofereça texturas tênues, quase que etéreas do objeto para que ele seja visualizado com seus diversos matizes, como uma pintura difusa ou uma foto que diz da sua poeticidade, da sua força ou de sua quase inapreensão do referente, e o outro capte essa imagem como fusão do real e do universo simbólico de ambos: de quem diz e de quem vê/ouve essa trama múltipla de sons e traços.”

O tempo passou, hoje reli o texto e constato que em mim não se alterou a percepção de que, apesar de algumas indecisões momentâneas, só produz bons trabalhos aquele que adquire conhecimento sobre a sua arte e gradualmente vai ampliando esse saber, preparando-se assim, como os grandes mestres, para atingir o ápice de seu estilo e com ele transformar o mundo ou, pelo menos, a sua representação.

E a inspiração? Ah! A inspiração continuará, sim, para muitos, como a responsável pela beleza do universo simbólico. E o que se pode fazer?

Uma nova página



Após muitas turbulências políticas e econômicas, no país e no mundo, o calendário de 2013 chegou à última folha e foi substituído pelo de 2014. Que ano infernal, pensamos nós. Que bom que chegou ao fim! Que bom que já estamos em fevereiro e logo mais o país começa a retomar sua mobilidade e as coisas começam a acontecer de verdade, pois sabemos que aqui, com raras exceções, só se volta à rotina de trabalho e estudo após o carnaval.
Os novos dias, porém, não prometem melhores condições para nenhum de nós, pobres mortais, que tantos impostos pagamos e de quase nada usufruímos como merecíamos, pois como cidadãos sérios que somos, trabalhamos para a construção de um país mais digno e, portanto, melhor, mas somos ludibriados por partidos e políticos canalhas que se apossam da “res publica” para o seu enriquecimento pessoal. E, assim, o país empaca, patina e não sai do lugar e quando o faz é no sentido contrário, ou seja, em marcha a ré. Não é, Da. Dilma? Não é, Ministro Mantega?
Mas agora virá a Copa do Mundo, a festa máxima do futebol aqui e lá fora. O Brasil, após tantas décadas, voltará a sediar esses jogos que empolgam os jovens e os não jovens e eles, nos dias dos jogos, certamente irão bloquear qualquer pensamento pessimista sobre o que quer que seja para apenas torcer pela camisa verde-amarela.
É errada essa postura? Não, claro que não. Qual é o país que não espera pela vitória de seu time e não vibra com a conquista da taça? Ainda mais entre nós que somos “o país do futebol”, que desde Pelé exportamos craques para o mundo todo, cuja arte e técnica só eles, os artistas do gramado, dominam com tanta genialidade. Eles merecem a nossa admiração, o nosso apoio e os nossos aplausos, sim.
Contudo, os políticos de mau caráter também sabem desse envolvimento emocional da população e buscarão transformar qualquer bom resultado da Copa em fato político-eleitoreiro, o que poderá reverter um sucesso esportivo de tamanha dimensão, o que é positivo para nós no momento, em um pesadelo e um fracasso do país, amanhã. É que a euforia que tomará conta da população, mesclada à propaganda do governo, a levará a pensar que está no melhor dos mundos e, futebolisticamente falando, em time que está ganhando não se mexe. E é aí que mora o perigo!
Mas como brasileiros não perdemos a esperança e pensamos: “dias melhores virão”. E poderão vir mesmo, pois isso só depende de nós. Se houver uma conscientização de que foi um erro acreditar nos discursos populistas dos que nos governam, atualmente, e se pudermos perceber que, como disse o Padre Vieira, “Eles não querem o nosso bem; eles querem os nossos bens” (e isso já foi provado “ad nauseam” com o julgamento do Mensalão), colocaremos um ponto final nessa trajetória maléfica que interrompeu um futuro que parecia tão promissor para todos, com o fim da inflação e a nova moeda, o real.
Assim, 2014 poderá se tornar um novo marco em nossa história política se a população realmente der um basta na bandidagem que aí está, ao colocar nas urnas um voto consciente, sem se deixar influenciar pela propaganda política do governo que, às nossas custas, gasta rios de dinheiro para tapar nossos olhos e ouvidos e, assim, continuar a nos enganar todos os dias com a falácia de que “este é um país de todos”, mas sabemos muito bem que a verdade é bem outra: que este, hoje, é um país do PT e só do PT. Ou seja, se você não é petista...veja bem: você está fora da jogada.
Que 2014 seja diferente! Vamos torcer para que juntos possamos virar o jogo: vencer a Copa do Mundo e mudar os ares e o rumo de nosso país!

São Paulo City

A menina-cidade
A cidade-sonho
City/Cité
A singular somatória
Visual/Concreta
Da poética dos Campos

Baby


Meu cão é meu bebê.
Ele me olha com doçura.
Uma doçura morna e vítrea
Incomum.
De fim de verão e começo de inverno.
E eu retribuo sim:
Com ternura e muito afago.

Entre meu cão e eu
A simbiose é perfeita.
Um simples sistema de trocas:
Trocamos carinhos e carências.
E o mundo em profunda quietude
Por fim adormece
Tranquilo a nossos pés.