Nem tudo está perdido


O otimismo foi por longos anos a característica maior do nosso povo. Por mais que o momento se revelasse sombrio, sempre se esperava por dias melhores e, ilusoriamente ou não, fatos positivos acabavam retornando às manchetes dos jornais. E tudo voltava à rotina com milhões de mãos tecendo a teia que reconstruiria o país.

Por isso, a surpresa diante da desesperança do brasileiro nos dias de hoje, diante da incredulidade em relação ao que nos acontecerá num futuro próximo, muito próximo.

O meu “termômetro” tem sido a conversa com motoristas de táxi. Enquanto o veículo roda para me levar a meu destino, a conversa rola entre nós e ouço comentários como: “A senhora que é professora me diga: o que é que o povo está esperando para sair às ruas de novo e exigir não os vinte centavos da tarifa de ônibus, mas sim os milhões e milhões que este governo tem gasto à toa, tem desviado para contas no exterior, tem levado para outros países, como Cuba, Bolívia, Venezuela e outros, segundo eles, para ajudar países em necessidade. E nós? Nós somos um país rico, por acaso? Então, por que falta tanta coisa aqui? Por que os aposentados não recebem um benefício justo depois de tantos anos de contribuição? Eu trabalhei por mais de 30 anos em uma empresa, me aposentei, e hoje sou motorista porque o que recebo do INSS não dá para viver com dignidade. Minha mulher é doente. Nós gastamos muito com remédios. Se eu não trabalhar...

Vejo, então, que também os motoristas de táxi estão acompanhando os noticiários, estão cientes das mazelas de Brasília, estão preocupados com o seu futuro e o destino do país. E isso é bom! Vejo que a incerteza existe não apenas para os empresários que muito dinheiro aplicaram em seus projetos, confiando na contrapartida do governo, e não estão recebendo o retorno esperado (porque não houve a contrapartida), ou para as pessoas com nível mais elevado de escolaridade que se veem perplexas diante de tanto descaso das autoridades políticas para com a economia que se esvai e para com o povo que tantos impostos paga e quase nada recebe em serviços públicos. Parece que todos começam a acordar do sonho de um “Brasil grande” para a realidade de um país que está se quebrando.

Sim, existe um Brasil que está dando certo, que posa feliz para as câmeras e que caminha rumo a um futuro de sucesso, mas é apenas o das campanhas publicitárias superfaturadas e pagas com o nosso dinheiro. Só ali vemos o Brasil que gostaríamos de ter, mas que a cada dia fica mais distante de nós, graças às politicagens em forma de assaltos a empresas como a Petrobrás, Eletrobrás e outras e outras.

Contudo, é possível visualizar um lado positivo em meio a essa sensação de que estamos perdidos e exigimos uma mudança urgente na área política, após uma década e um pouco mais sob a batuta desafinada do governo do PT. É exatamente o fato de a população dar sinais de cansaço e desesperança com um partido que prometeu tanto no campo da ética, da seriedade e da competência e só deu vexame, com suas intermináveis trapalhadas e seu apetite voraz e insaciável pelo dinheiro dos cofres públicos, abastecidos estes com o trabalho árduo dos pobres contribuintes na forma de impostos exorbitantes.

Certa estava minha avó, que se foi há muito tempo e felizmente não conheceu a quadrilha faminta e arrogante dos petistas, quando dizia “Quem nunca comeu mel, quando come se lambuza”. Que sapiência!


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