Um junho diferente

De longa data as festas juninas, ou festa da roça, nos espaços abertos e sob a luz das estrelas, estão no calendário dos brasileiros, relembrando a nossa formação de povo católico que nesse mês, no passado, prestava sua homenagem aos santos padroeiros que nos protegiam e ainda orientavam nossos passos, conforme a forte crença reinante.
E desde então para essa data aqui se criaram elementos simbólicos como as fogueiras e os fogos, as músicas resgatando os amores singelos e também as traições, que Santo Antônio, embora santo casamenteiro, não conseguiu evitar. E lá vão os pares dançando a quadrilha, sob a aprovação dos demais festeiros que, ao redor da fogueira, acompanham o som e as imagens, enquanto se deliciam com as guloseimas próprias dessa época: amendoim, pipoca, doce de abóbora, de batata... e, é claro, o quentão. Este desperta e esquenta o corpo e o ânimo dos participantes. Tudo é festa, riso e alegria.
Neste ano, porém, tivemos uma outra “festa junina” nas cidades. O povo em bloco saiu às ruas, mas não para comemorar os santos católicos, e sim para reivindicar os direitos que, aos poucos, e na surdina, os governantes foram lhes surrupiando. Na posição inversa aos aumentos frequentes de impostos, os serviços públicos foram se deteriorando cada vez mais, a ponto de os doentes, por falta de leitos, agonizarem nos corredores dos hospitais, apesar da propaganda enganosa do ex-presidente Lula e Da. Dilma de que tínhamos, sob a proteção de seu governo, “Saúde de 1º. Mundo”.
O que é isto, companheiros? Saúde de 1º. Mundo tem, sim, a dupla dinâmica do PT - Dilma e Lula -, que trataram do câncer que os acometeu no Hospital Sírio Libanês, com o nosso dinheiro. A camada da população pobre, porém, que, enganada, os colocou no poder com seus votos, é a que mais padece porque, diferente do que ambos prometeram, essas pessoas não têm direito a nada com qualidade: seja atendimento médico-hospitalar, sejam escolas para os filhos, seja dignidade de vida, porque quem vive de bolsa-esmola, e não de um trabalho honesto, não tem do que se orgulhar, me parece.
Por isso, e muito mais, a dança da quadrilha deste ano foi outra. O som veio das ruas e, violento, fez estremecer o Planalto, pois a quadrilha que se alojou em Brasília, desde 2002, e se divertiu e se enriqueceu, e enriqueceu os familiares e os amigos até agora, com o dinheiro do povo que trabalha, jamais imaginou que os jovens (principalmente), calados por uma dezena de anos, saíssem com cartazes expondo sua indignação e pedindo: melhoria dos serviços públicos e fim da corrupção.
Com a esperteza que é característica deste governo petista, a Presidente já buscou uma saída para a crise: o Plebiscito. Mas quem pediu Plebiscito, Da. Dilma? O povo quer fazer valer o que está na bandeira do país: Ordem e Progresso. Com isto já estaríamos a caminho de dias melhores, mas para tanto necessário seria uma faxina de verdade, a começar pelo partido que nos governa. E, aí, como fica, Da. Dilma?