Até quando?


Na ampla sala
As sombras.

Na brancura dos sofás
O vazio.

Nos quadros
Nas flores
Na espera
O silêncio.

O silêncio à volta da mesa.
As ausências.
À cabeceira, a falta maior.

Não mais os talheres festivos
Não mais as taças de vinho
Nem o bacalhau de domingo.

As brincadeiras
As provocações
Tudo cessou.

A alegria não mais se fez.
Tudo emudeceu.

Tudo é só solidão.
Até quando...
Até quando, meu Deus?