Essas máquinas terríveis

Meu computador ontem resolveu me punir. Sabe ele que não sinto uma forte atração pelas máquinas, mas sim pelas palavras, ora no processo de leitura, ora na atividade da escrita. Gosto do convívio com sons e letras que produzem sentido, ou sentidos. Estes até me atraem ainda mais porque me envolvo por mais tempo na busca de uma codificação ou decodificação da mensagem ali contida.

E assim leio e releio os textos que me chegam às mãos. redijo e refaço os que me vêm à mente. Mas meu computador ontem, enciumado talvez, congelou meus e-mails. A imobilidade foi total. Nada se movia na telinha, exceto um pequeno  círculo azul que substituiu a seta e não mais obedecia ao meu comando para abrir as mensagens ou para me colocar em contato com alguém. E assim continua: inerte, paralisado.

Inúteis foram as minhas tentativas porque mínimas também são as minhas habilidades tecnológicas. Não, não sou expert nessa área, embora reconheça a importância de saber manipular essas máquinas mágico- demoníacas para com elas viver em harmonia. E tudo indica que não haverá, para mim, grandes progressos futuros se as minhas paixões continuarem outras, apenas as outras. E sem paixão nada acontece. Por isso, os meus e-mails continuam protegidos por um enigmático círculo azul e eu impotente diante dele.

Mas amanhã chegará aquele a quem pedi socorro: o técnico, e a situação se inverterá, tenho certeza. Tudo voltará como antes até que um novo símbolo malévolo venha  novamente me trazer transtornos ou que eu, cansada da posição de perdedora, decida mudar minha postura. Ou seja, que eu  adote aquela situação tão conhecida, e mais ou menos assim: "já que não posso vencer meu inimigo, procurarei dele me tornar amigo". 

Acho que terei mesmo de iniciar uma relação mais afetiva com esse equipamento meio "palocciano", "frio e calculista" que acabou por me trair num momento em que tanto precisava dele.        

Estranha exposição

Recebi de um amigo um vídeo, filmado no Plenário, em que o senador Magno Malta, indignado, faz uma crítica ao Banco Santander por ceder seu espaço a uma vergonhosa exposição a "Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira" , cujos "artistas", autores das obras, diziam ser dirigida às crianças de escolas públicas e privadas, ou seja, um projeto educativo.

Educativo? Santo Deus! O que é aquilo?

Quem viu as imagens sabe do que estou falando. É uma agressão às crianças.  É pornografia e pedofilia puras. É zoofilia da pior espécie. Não é amor pelos animais, mas sim abuso repugnante. É também desrespeito às imagens sagradas. É uma lição de tudo o que é mais negativo na mente e no comportamento humano e, segundo a artista Adriana Varejão, o objetivo é  "jogar luz sobre coisas que muitas vezes existem escondidas". Jogar luz? Que distorção é essa? Jogar luz é abrir a mente para um conhecimento superior e não despertar a mente para uma sexualidade precoce e pervertida.

O objetivo a mim parece ser mais  uma tentativa de deformar a mentalidade infantil, que teve início com o projeto (fracassado me parece) da questão de gênero nas escolas, ao afirmarem que a criança não nasce homem nem mulher, a sociedade é que  as torna homens e mulheres, portanto gênero é uma questão cultural. Como assim? Que eu saiba não é isso o que diz a Ciência.

Bem, se o objetivo desse grupo, responsável pela exposição, era defender a liberdade sexual ou a libertinagem, ou sei lá o quê, que o façam em espaços mais apropriados e deixem as crianças em paz. Deixem que elas curtam a sua infância (que é tão curta hoje!), de forma saudável e feliz, e aprendam a amar e respeitar os bichinhos, como companheiros que, como elas mesmas, não devem nunca ser maltratados ou molestados em sua brincadeiras.

E pensar que para isso, a estranha Lei Rouanet tenha colaborado com 800 mil reais!

O caso JBS

De tédio não se morre neste país. As notícias mais estapafúrdias nos assaltam diuturnamente, em especial no espaço político onde as espertezas milionárias de suas excelências, tão "probas", não parecem ter limites. E é perda de tempo ouvir, depois das infames notícias, as manifestações dos citados, ou de seus advogados, pois todos se dizem inocentes, sem exceção.  Todos são éticos e querem colaborar com a Justiça. Quanta hipocrisia, meu Deus!

E se estamos falando de hipocrisia, não dá também para esquecer a postura do Sr. Rodrigo Janot diante de dois fenômenos surgidos nos últimos dias na sua esfera de atuação. Um foi o caso da delação da J&F, atingida pelo tsunami dos novos áudios. O outro foi a convicção de Janot (meio tardia) de que O Sr. Lula é o líder da quadrilha petista. Só agora, Janot?!!! Só agora, nos estertores de seu mandato de vários anos, e de várias delações comprometedoras, é que percebeu os crimes de Lula e de seus comparsas?

Em relação ao primeiro, escrevi um comentário para o "Fórum dos Leitores" do Estadão e meu texto foi publicado ontem: 07/09/17. Vou reproduzi-lo abaixo para os que não o viram  nesse jornal.

"A ética de Janot

Tão seguro de seus atos, tão cheio de coragem e arrogância para acusar seus desafetos e tão rápido para liberar de qualquer punição os irmãos Joesley e Wesley Batista, Rodrigo Janot vem agora a público confessar que foi enganado pelos delatores da J&F e pelo  seu ex-auxiliar na Procuradoria da República (PGR), como se fosse um ingênuo iniciante, e não um experiente profissional em final de carreira na PGR. Isso não nos convence, sr. Janot. Se antes havia dúvidas quanto à sua postura ética, agora, então..."