Na ampla sala
As sombras.
Na brancura dos sofás
O vazio.
Nos quadros
Nas flores
Na espera
O silêncio.
O silêncio à volta da mesa.
As ausências.
À cabeceira, a falta maior.
Não mais os talheres festivos
Não mais as taças de vinho
Nem o bacalhau de domingo.
As brincadeiras
As provocações
Tudo cessou.
A alegria não mais se fez.
Tudo emudeceu.
Tudo é só solidão.
Até quando...
Até quando, meu Deus?
Neiva, querida!
ResponderExcluirVocê sempre nos presenteia com um texto a traduzir uma situação presente, geral e/ou particular. Não se sabe até quando a mais completa solidão será nossa companheira. Pouco a pouco, afastam-se as pessoas queridas. Umas definitivamente. Outras, às vezes, aparecem. Quem somos, afinal? O Corana vírus responde.
Obrigada pelo belo poema! Um beijo.
Neiva, querida!
ResponderExcluirVocê sempre nos presenteia com um texto a traduzir uma situação presente, geral e/ou particular. Não se sabe até quando a mais completa solidão será nossa companheira. Pouco a pouco, afastam-se as pessoas queridas. Umas definitivamente. Outras, às vezes, aparecem. Quem somos, afinal? O Corana vírus responde.
Obrigada pelo belo poema! Um beijo.
Amiga Neiva, teu sentir, tua alma são límpidos e claros em prosa e verso. Engasguei, por isso,te respondo com poesia de Fernando Pessoa,beijos.
ResponderExcluirFELICIDADE
Se estou só, quero não estar,
Se não estou, quero estar só,
Enfim, quero sempre estar
Da maneira que não estou.
Ser feliz é ser aquele.
E aquele não é feliz,
Porque pensa dentro dele
E não dentro do que eu quis.
A gente faz o que quer
Daquilo que não é nada,
Mas falha se o não fizer,
Fica perdido na estrada.
2-7-1931
Poesias Inéditas (1930-1935). Fernando Pessoa. (Nota prévia de Jorge Nemésio.) Lisboa: Ática, 1955 (imp. 1990). - 48.
Anna, uma amiga de sempre,de quem não quero me distanciar. e que por isso está sempre em minhas lembranças. O meu carinhoso abraço.
ResponderExcluirPara Graça, uma querida amiga de longa data, que acompanhou a minha trajetória familiar, profissional e acadêmica, tão de perto, ainda que a geografia nos separasse, a minha gratidão pelas palavras poéticas na esteira do desassossego do gigante Fernando Pessoa. Bjs
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