Chegadas e Partidas


Tudo tem um começo e tudo tem um fim. Parece ser uma lei universal. Nem sempre, porém, os homens compreendem essas leis. Entendem alguns que são detentores de poderes sobrenaturais capazes, então, de decidir o seu destino e também os dos demais. Vivem no mais puro engano, pois à vida se segue a morte e há sempre renovação.

Esquecem-se eles que, por mais que brilhe o sol no mais intenso dia de verão, a noite chega de mansinho e com ela o crepúsculo; este, com suas sombras difusas, vai apagando os restos do dia e de sua luminosidade até que em seu lugar surja a discreta e enigmática presença da lua.

Assim, nesse pacto eterno, o sol e a lua respeitam mutuamente um ao outro, como se entre eles houvesse um acordo ancestral, um documento assinado em cartório virtual com o testemunho de todos nós. Um documento perene na memória de todos os seres vivos e que deveria nos servir de modelo no trato das relações humanas para que a harmonia pudesse se sobrepor aos conflitos.

Contudo, não é bem isso o que presenciamos ou mesmo repetimos em nossa vivência, em nossa rotina. Basta olhar com mais atenção o entorno. A ética e o respeito mútuo estão em baixa, enquanto a esperteza e a violência dominam todos os espaços, com a complacência dos que nos governam, ou seja, do Partido dos Trabalhadores. Trabalhadores apenas na sigla, mas dos que nada fazem, na prática, a não ser passeatas e quebra-quebra para infernizar a vida dos que realmente precisam e querem trabalhar para o bem de todos e, consequentemente, do país.

E o que querem eles, os petistas, afinal? Tudo indica que os militantes, pagos muitas vezes para assim agir como já ficou provado em foto e filme (em junho de 2013), são incentivados a essas práticas, muitas delas criminosas, para trazer a instabilidade ao país e, então, diante do caos instaurado, apelar para o Regime de Exceção que todos sabemos é a pá de cal na Democracia.

E eles não querem a Democracia, pois esta exige a alternância no poder, a lua substituindo o sol e vice-versa. E como a população já sentiu o gosto amargo do governo do PT e quer renovação em outubro, o perigo de perder as eleições os assusta e passam a utilizar com mais ênfase as conhecidas práticas stalinistas, agarrando-se visivelmente ao poder como plantas parasitas aos vegetais que as alimentam. Cientes de que são indesejáveis pela maioria, e aceitos apenas pelos que são por eles cooptados ou dominados por uma ideologia truculenta e retrógrada, não pensam em entregar o poder, insinuando continuamente mandar às favas o regime democrático vigente e estabelecido pela Constituição de 1988.

O último golpe sujo desse partido nefasto, que chegou ao governo em 2003, foi o decreto 8.243 de Da. Dilma, de 23/05/14, criando a Política Nacional de Participação Social (PNPS), classificado pelo seriíssimo jornal O Estado de S. Paulo como “um conjunto de barbaridades jurídicas, ainda que possa soar, numa leitura desatenta, como uma resposta aos difusos anseios das ruas”. E, segundo o respeitável jurista Hélio Bicudo, “O decreto enfraquece a democracia”. Ele nada mais é que a exclusão do Congresso, pois estes parlamentares seriam substituídos por grupos do povo, alinhados certamente ao partido do governo, para aprovar os projetos deste. Ora, isso representa o primeiro e mais eficiente golpe contra a nossa Constituição, ou seja, contra o Estado Democrático de Direito do país.

Vemos assim que o nosso futuro não parece muito promissor, porque o Supremo Tribunal Federal já não mais contará com a presença do maior defensor da ética e da dignidade, o Ministro Joaquim Barbosa. Achou ele que era o momento da partida, após um trabalho memorável para a recuperação moral e jurídica da nação e que não cairá tão cedo no esquecimento entre os brasileiros de bem deste país. Em contrapartida, o Supremo Tribunal Eleitoral já está nas mãos do Ministro Dias Tóffoli, defensor ferrenho do PT e de suas práticas danosas ao país, aliás, de longa data advogado do Partido dos Trabalhadores e que só por uma aberração jurídica participou do julgamento do Mensalão.

E a população brasileira, representada nas ruas, hoje, por sindicatos (todos de esquerda) e grupos do MST, e similares, vândalos em sua maioria, não tem o que comemorar em um ano de Copa, no país do futebol. E por essa razão, por ser o brasileiro um apaixonado por esse esporte, nada justifica os gritos vazios de “Não teremos Copa”. Eles deveriam clamar, sim, por: “Não queremos mais corrupção!” ou “Chega de Lula e Dilma, chega de PT!”, pois já nos cansamos desse modo de governar e desejaríamos ter de volta o estilo FHC.

Nenhum comentário:

Postar um comentário