Se na capital do país, após os últimos acontecimentos
políticos, com o julgamento da chapa Dilma-Temer, as previsões não se mostram
com clareza, aqui em São Paulo, a maior e mais pujante cidade brasileira vai a
todo vapor com a nova gestão.
O atual Prefeito João Doria Junior se parece com o antigo
slogan do City Bank: “nunca dorme”. Chegou limpando muros e fachadas dos
prédios da cidade, emporcalhados pelos pichadores, e, apesar dos reclamos dos
artistas, na maioria de esquerda, não recuou. Depois se voltou contra os
drogados que, em conluio com os traficantes, ocupavam uma parte da região
central, que recebeu a indesejável denominação de “Cracolândia”, tornando o
espaço público um perigo para as pessoas de bem que por ali não mais puderam
transitar sem serem assediadas ou assaltadas pelos meliantes do “crac” que,
então, se achavam (muitos até inconscientemente) os donos do pedaço. E o foram
até que o novo Prefeito decidiu pôr ordem nessa arbitrariedade com um projeto
que tudo indicava seria vitorioso.
Novamente a gritaria e as críticas ao Prefeito por tentar remover
dali os viciados, aos quais oferecia ainda internação e tratamento, o que as
famílias dizem não mais conseguir fazê-lo, tamanha é a dependência das drogas e
a degradação humana a que esses indivíduos se entregaram. E não apenas alguns
opositores ideológicos de João Doria se colocaram na defesa dos viciados, como
também órgãos da Justiça, proibindo a polícia, o grupo de médicos, assistentes
sociais e demais auxiliares nessa tarefa tão saneadora e necessária, tanto para
os “doentes” quanto para os que por ali residem ou trabalho.
Fico imaginando a desolação dos que ali investiram no
passado adquirindo imóveis para residir ou investir como renda no futuro,
quando não mais pudessem trabalhar, e hoje se veem traídos pelos representantes
do poder público que priorizaram os dependentes de drogas e seus parceiros, os
traficantes, que se apossaram desses locais, em detrimento dos reais
proprietários desses imóveis hoje depredados, desvalorizados e totalmente
impossibilitados para outros usos, legais, como moradia própria, por exemplo.
Dizem os opositores dessa medida que é preciso agir com
espírito humanitário diante da situação desses pobres viciados. Com o que eu
concordo plenamente. Mas pergunto eu: abandonar esses indivíduos à própria
sorte, como tem ocorrido até agora, ocupando as ruas em aglomerações que
crescem dia a dia, e hoje já são multidões, sem nenhuma assistência médica, sem
nenhum cuidado preventivo contra todas as doenças contagiosas, como AIDS, por
exemplo, entre outras, que ali encontram campo fértil para a sua proliferação
com intensa rapidez, é ter olhos humanitários para esse problema?
Não. Não acredito nessa falácia. O mais provável é que essa
indignação demonstrada por alguns grupos da sociedade seja apenas mais uma
postura hipócrita daqueles que rejeitam qualquer medida, por mais adequada que
seja, por mais eficiente que se mostre, vinda de um gestor que não seja do
Partido dos Trabalhadores, com um único intuito que é barrar a possibilidade de
sucesso de todo e qualquer projeto, cuja sigla seja principalmente de seu mais
forte opositor político, o PSDB.
E graças a essas medidas de interrupção do processo de
remoção dos dependentes de drogas para locais específicos e menos putrefatos,
mais higienizados, e com a assistência adequada, hoje eles se encontram
espalhados pela região, prejudicando comerciantes e moradores das redondezas
que, com razão, reclamam da invasão desses indivíduos de seus espaços, antes
mais tranquilos. Porque a verdade é que todos dizem ter pena, muita pena dos
viciados, mas ninguém os quer em casa ou nas proximidades, porque têm
consciência plena da ameaça que eles representam.
Que bom seria se as pessoas começassem a pensar de forma
mais racional, deixando de lado as posturas radicais e iniciando uma outra mais
positiva, para o benefício de todos, pois não é novidade para ninguém que o
país está na bancarrota moral, política e econômica e agora é hora de defender
o país e não partidos políticos, porque não há santos nessa história, e todos
sabemos disso.
Faço das tuas minhas palavras, a realidade por mais dura e obscura está aí, só não vê quem não quer ou espera o “milagre” de aparecerem provas materiais, para que a justiça se cumpra. Como todo o ladrão, uma hora se descuida e deixa a prova do crime, esperemos que, se não fôr apanhado numa situação que o seja em outra.
ResponderExcluirQuando publicaste este artigo foi divulgada nova operação contra os drogados, em São Paulo. Dou todo o meu apoio, sou contra o uso da força, mas temos que reconhecer que os drogados já não ouvem a família quanto mais a sociedade (grupo de equipes/apoio dos governos) para decidirem pela necessidade de tratamento. O que fazer? A bem ou pela força, prós e contras existem para as duas linhas de trabalho. O último artigo que li, sobre casos reais, passou-se na Alemanha, e o trabalho, bem sucedido sem o uso da força, vem sendo desenvolvido há 20 anos a esta data. Trazendo para a realidade brasileira, questiono, como podemos esperar que sejam implementadas políticas públicas que atravessem governos sucessivos e, paulatinamente, se obtenham os resultados? A realidade, mais uma vez está aí, mostrando que em tudo, e em especial, na área da saúde e educação, a cada governo (de 4 em 4 anos) é um eterno recomeço, abandonando-se todos os investimentos feitos, quer sejam nos recursos humanos ou materiais (e os de alta tecnologia são extremamente sensíveis, para ficarem encaixotados, até que um dia se lembrem de fazer uma reportagem de alerta do mau uso do nosso dinheiro e os governantes acordem...).
Li algures “errar ontem, aprender hoje, superar amanhã”.
É fundamental ter uma cultura de médio e longo prazo, não só o imediatismo de hoje, para tal há que EDUCAR e os PAIS E NOSSOS PROFESSORES são os grandes MESTRES, por favor, não desistam, não se cansem, não vamos morrer na praia...
Obrigada Professora Neiva por mais este alerta. Obrigada amiga.
Obrigada estou eu em relação a você, Graça, pelo comentário tão pertinente e tão oportuno. O que me torna indignada é a hipocrisia de muitos que criticam a postura corajosa do Prefeito que está pelo menos tentando implantar um projeto para sanar ou minimizar, pelo menos, um problema tão sério como esse. Se este fosse um país sério, e tudo não fosse pensado pela ótica político-ideológica, a questão dos dependentes de drogas não teria atingido uma dimensão tão elevada com centenas e centenas desses indivíduos, só no centro de nossa cidade. Penso que o correto é apoiar as novas ações e oferecer sugestões para que elas sejam aprimoradas ainda mais, e não consideradas uma agressão àqueles que hoje não têm sequer um amanhã. O meu abraço e a minha gratidão.
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