Nosso futuro está em boas mãos?


Nas grandes cidades, o trânsito vem se complicando cada vez mais e é difícil atender aos compromissos dentro dos horários estabelecidos. Não importa o trabalho que se realize, nem a distância a se percorrer, nem o meio de transporte utilizado, se privado ou público: está difícil para todos. Há sempre a preocupação com os atrasos. Na instituição onde trabalho, os alunos têm medo de perder a chamada; os professores, o emprego.

Emprego?! Ele é um item essencial para a dignidade do homem, sabemos, mas este hoje é um fantasma que amedronta a todos. Os que estão empregados têm medo de perdê-lo; os que já o perderam (e são milhões, neste Brasil, que se encontram com o registro do RH na carteira: DEMITIDO), e não encontram uma recolocação. Tornou-se o emprego um artigo de alto luxo para todas as classes sociais deste país. País abençoado por Deus, mas destruído desde 2003 pela política criminosa do PT.

Conversando com um motorista de táxi que, em geral, são os “olheiros” da sociedade porque tudo veem e tudo ouvem naquele minúsculo “consultório” que é o seu veículo, um deles ao me ver olhando angustiada para o relógio, confessou o que concluíra destes tempos bicudos que atravessamos. Fique tranquila, professora, porque o trânsito vai melhorar e muito. E logo, logo. Como assim? pensei eu. E ele completou seu raciocínio: A conta de luz subiu demais, a compra no supermercado está absurdamente cara, os remédios nas farmácias, pela hora da morte. A senhora acha que as pessoas vão gastar dinheiro tomando táxis? Portanto, os táxis vão rodar menos pelas ruas. E as ruas ficarão com menos fluxo de carros. Tem lógica, sim, pensei eu.

Mas o motorista não havia ainda concluído as suas ponderações e deu continuidade a elas: Os jornais mostram todos os dias e as TVs a toda hora as roubalheiras dos políticos de Brasília, em especial, as falcatruas na Petrobrás, no BNDES, no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal e em todas as instituições onde eles, os petistas, põem as mãos. E lá fora todo mundo sabe o que é o Brasil hoje. E como se encontra a nossa Economia. Será que algum país sério vai querer investir em um país quebrado como o nosso? E não me fale da China e dos 50 bilhões de dólares, no acordo destes últimos dias com a Da. Dilma. Procure se informar sobre os acordos feitos e não cumpridos por esse país asiático. É mais uma bola fora e enganosa da discípula do Chefão.

Então, se o país vai mal, fogem os investidores estrangeiros, as indústrias nacionais param e demitem os funcionários porque não há trabalho. Estes não mais tiram os carros da garagem de manhã porque não têm mais compromissos de horário, de emprego, e com o alto preço da gasolina não vão ficar rodando por aí à toa. E, por não mais terem salário, não consomem, não pagam as contas e, assim, cresce a inadimplência. A consequência é o comércio parado e as ruas vazias. Viu agora por que o trânsito vai melhorar? Fique tranquila, professora, o trânsito vai melhorar, sim. O que vai virar um inferno é a vida das pessoas.

Eu chegava ao meu destino surpresa com as lições que recebera, não de um economista nem de um analista político, mas de um simples taxista. Perguntei ainda, enquanto recebia o troco, qual era o nível de escolaridade dele, e sorrindo ele me disse: Fiz pós-graduação em Administração de Empresas, mas no ano passado perdi o emprego e não consegui outro. O jeito foi aderir ao aplicativo Uber. Eu me cadastrei e, agora, administro as neuras das pessoas ansiosas que querem chegar logo ao trabalho e não conseguem. Desci do táxi e ele ainda me alertou: Mas não se preocupe, não. Estamos em boas mãos. Esse pessoal é competente e daqui a pouco essa pressa da manhã vai acabar. E lá se foi o pensador das ruas.

Então, fiquei eu pensando: Mas o que foi mesmo que ele quis me dizer?

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