Fragmentos em balanço contábil


O ano de 2017 já se prepara para nos deixar. Foi bom? Foi mal? As respostas não podem ser uniformes porque as vidas seguem cursos distintos. A oscilação permeia as lembranças de cada um. E há graduações tanto de alegrias quanto de tristezas, sendo, entre estas, as perdas humanas a maior delas. E há também a dissolução de laços afetivos, que ferem de forma profunda os que até então se queriam juntinhos, lado a lado.

Há, contudo, bons momentos e pessoas especiais que amenizam as horas difíceis. E existem, também, as conversas amenas, a música, as leituras, enfim, todo o mundo da arte que nos instiga a descobertas infinitas. E ainda os desdobramentos dessa nova visão. São pequenos fragmentos que aos poucos se unem e nos vão moldando, esculpindo mesmo a nossa imagem e o nosso olhar, dia após dia, e nos conduzindo lentamente para o nosso refúgio, o casulo do qual, depois, passamos a observar com lupa o mundo em nosso entorno.

Num ano de poucos afazeres obrigatórios, me foi possível reprogramar o meu tempo. Caminhei pelas ruas e avenidas, sem pressa, observando as pessoas, as vitrines, a arquitetura... Visitei exposições, como as da  Japan House e me encantei com a arte do bambu e, depois,  com as nuvens monumentais decorando o espaço azul. Me esqueci do tempo real nas livrarias e, sem dúvida, pude ler mais. Muito mais. Se a minha conta bancária não se tornou mais relevante, o meu repertório, sim, com certeza.

Dessas leituras e releituras, anotei até algumas frases ou pequenos poemas, ou mesmo fragmentos deles, que me fizeram suspender o ato de ler para melhor sentir seu sabor.

Começo com duas citações sem autoria porque me esqueci (erro grave) de anotá-las.

- “As pessoas que amamos nunca morrem. Apenas partem antes de nós.”  (?)

- “As pessoas querem te ver bem, mas nunca melhor que elas.”  (?)

- “Só o silêncio nos ensina a encontrar em nós mesmos o essencial.”  (George Steiner)

- “estou na sala, aqui, parada/como se fosse um cão sem dono/o Sol acaba de deixar meu signo/há na vida algo de insano”  (Mônica Costa Bonvicino)

- “Se enxerguei mais longe, foi porque me apoiei sobre os ombros de gigantes”  (Isaac Newton)

- “Para onde vão nossos/ silêncios/ quando deixamos de dizer/ o que sentimos?”  (Mario Quintana)


Feliz 2018!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário