Sabe-se lá...


 
Em meu texto anterior fiz elogios ao governo do Presidente Temer e mantenho a mesma opinião sobre a sua gestão. Foi um ano em que o país buscou virar a página de nossa história recente e inaugurar um período de retomada do crescimento, depois da destruição causada pela cúpula petista, em ação, em Brasília.

Contudo, neste país não se vive sem sobressaltos. Poucas horas após tornar pública a minha crônica, elogiando o governoTemer, a Globo News e todas as mídias passaram a transmitir as notícias sobre as últimas delações dos irmãos Wesley e Joesley. E todos neste país já sabem das gravações, das acusações, dos detalhes, das opiniões e de tudo mais.

Mais canalhas no pedaço, pensei, e dos grandes! Isto parece não ter fim. O número de atores parece também infinito e os valores soam surreais. O desânimo invadiu a mim e, certamente, a todos que como eu esperavam por um ajuste na Economia e por dias melhores.

Voltei ao computador e redigi novo texto porque o contexto havia mudado da luminosidade do dia para a negritude da noite e eu precisava expor o que me angustiava naquele momento, ainda oscilante entre a verdade e a mentira, a autenticidade das provas ou a sua farsa, com apagamentos intervalares que poderiam ser resultado de interferências para produzir novo sentido às mensagens e, com isso, instalar o caos no país. E tão sem sorte eu estava (ou tão sem coordenação motora) que consegui perder o texto no momento em que o transferia para o meu blog. E, apesar das tentativas, não mais consegui recuperá-lo. Desisti.

Eu desisti e só hoje voltei a escrever. Mas Temer não desistiu e não renunciou. E pela minha ótica essa postura poderá ser pior para o país pelo alongar da crise. Entretanto, como afirmam muitos analistas políticos, não temos quem possa substituí-lo e dar continuidade ao processo por ele iniciado de reconstrução do país. Será? Ainda não sei bem o que pensar a respeito.

Enquanto isso, os baderneiros de sempre já começaram a sair às ruas gritando “Fora Temer” e “Diretas Já”, na esperança de que, com isso, com novas eleições, o infame e patológico Lula pudesse vencer as próximas eleições. Não me parece possível, pois quem conhece Lula, e hoje a maioria dos brasileiros o conhece bem, jamais o traria de volta.

Mas tudo é possível nesta Terra de Santa Cruz onde um criminoso, como Odebrecht, já amarga dois anos de prisão e lá continua, mesmo após sua delação e o acordo de altíssima multa; e um outro mais falastrão e até orgulhoso de ter cometido crimes ainda maiores, como Joesley, volta livre e descontraído para seu aconchegante refúgio de 35 milhões de dólares na 5a. Avenida,em Manhattan, sem nunca sequer ter sentido na pele, no corpo e na alma o terror de uma noite atrás das grades. Este é o nosso Brasil e esta é a nossa Justiça. Será ela míope? Cega? Será?

Acho que se Shakespeare aqui vivesse hoje novamente diria que “Há algo de podre no reino da Dinamarca”.

2 comentários:

  1. Como educadora e pessoa bem formada, que és, desejas e trabalhas em prol do melhor para os brasileiros. Bem hajas "Nunca se afaste dos seus sonhos, porque se eles se forem, você continuará vivendo, mas terá deixado de existir" -Mark Twain.

    NO MEIO DO CAMINHO - Carlos Drummond de Andrade

    No meio do caminho tinha uma pedra
    tinha uma pedra no meio do caminho
    tinha uma pedra
    no meio do caminho tinha uma pedra.

    Nunca me esquecerei desse acontecimento
    na vida de minhas retinas tão fatigadas.

    Nunca me esquecerei que no meio do caminho
    tinha uma pedra

    Tinha uma pedra no meio do caminho
    no meio do caminho tinha uma pedra.

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  2. Divulguei muito este poema de Drummond porque um de meus favoritos dele. É que nessa mensagem, há uma verdade incontestável:todos nós nos deparamos com pedras que dificultam a nossa trajetória. Contudo, no Brasil de hoje, Graça, não encontramos pedras, e sim pedreiras de difícil demolição. Mas agradeço pelo estímulo e prometo procurar a gaveta onde, há algum tempo, fechei à chave minhas benéficas fantasias. Bjs

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