"Mais Médicos": Santa hipocrisia!

Recebi pelo correio uma obra de Milton Hatoum: Um solitário à espreita. Um conjunto de crônicas que na esfera gastronômica receberia, sem dúvida, a classificação de “deliciosas”. Sim, são crônicas deliciosas. Por isso eu devorei o volume assim que chegou.
Existem aqueles que dizem não gostar de ler. E o fazem com sinceridade, muitas vezes. A isso já estou acostumada e não mais me surpreendo. Em meu trabalho acadêmico essa afirmação é rotineira. Se em sala de aula menciono um livro como atividade para avaliação, a pergunta imediata de alguns é: “Quantas páginas?” Não perguntam pela temática ou pela qualidade da obra, mas pelo número de páginas. E depois de algumas semanas surgem, entre os alunos, os comentários sobre os personagens, sobre as cenas de impacto, ou as tentativas de decodificar o significado de certas passagens ou frases da ficção, e mesmo aqueles que anteriormente juravam não apreciar a literatura, passam a discutir com a mesma ênfase a obra indicada. Ou seja, foram seduzidos pelo autor. E isso me satisfaz porque o jovem que lê passa a ver com outros olhos o mundo em que está inserido. Não se deixa enganar tão facilmente.
Assim, não tenho pressa pela mudança, fico no aguardo, fico à espreita pelos resultados e, de repente, o melhor acontece. Isso tem se repetido com a leitura de autores como Saramago, Coetzee, Guimarães Rosa, Alejandro Zambra e tantos outros.
Mas voltando a Milton Hatoum, suas crônicas que falam de literatura e política, de guerra e de mudança ortográfica, vão delineando este mundo de mudanças contínuas, mas também e paradoxalmente de mesmices e retornos. Retornos de conflitos que nunca abandonaram os homens de todas as gerações, tanto no espaço afetivo, como psicológico ou político.
Isso nos leva a refletir que neste último, o político, os sonhos desfeitos pelas expectativas frustradas em relação a um mundo melhor têm trazido a incredulidade àqueles que buscam nas urnas, em um regime democrático, apontar o melhor candidato em uma eleição. É que a sua atitude é anulada por uma multidão de analfabetos que por nada entenderem de política, ou por terem sido manipulados ou doutrinados por indivíduos inescrupulosos, agem na contramão dos primeiros. E, dessa forma, o futuro de todos fica comprometido. Ninguém se beneficia, exceto os que governam de forma corrupta e seus comparsas corruptores.
E em um momento, de forma sutil, o autor amazonense pela voz delirante de uma personagem sem credibilidade porque senil expressa toda a sua indignação: “Deus, não merecemos tanto escárnio, tanto cinismo...”
Nada melhor do que essa exclamação para explicar a situação perigosa que estamos vivendo com o Programa Mais Médicos, do Governo Federal, tão “preocupado” com a saúde dos pobres deste país!
Essa preocupação repentina nos leva a perceber que o objetivo real não é atender os mais pobres e mais carentes, no quesito saúde. Se o fosse, o primeiro passo seria cuidar da infraestrutura dos centros de saúde dessas regiões, hoje inexistente, para depois contratar os profissionais da área médica. Mas estes deveriam comprovar sua adequada formação, apresentando os respectivos diplomas e provando sua competência por meio de exames de revalidação dos mesmos, como obriga a Constituição. E por que milhares vindos de Cuba, se hoje a medicina ali praticada é da Idade Média, sem nenhuma aplicação tecnológica, ou seja, hoje, um dos mais atrasados do planeta? Lembram-se de Hugo Chaves? Diferente de Dilma e Lula, recebeu o melhor tratamento médico cubano e...
A explicação não parece outra a não ser continuar a enviar o nosso dinheiro para Cuba (cujos salários estão mais ou menos assim divididos: 70% para Fidel e 30% para os “médicos” escravizados que são pelo regime cubano) e propiciar que esses “médicos”, como já se diz em toda parte, tenham na verdade outra função, ou seja, possam ensinar aos pobres analfabetos brasileiros as práticas revolucionárias de esquerda, como fase preparatória para o sucesso do tão desejado golpe petista da tomada do poder definitivo de nosso país. Foi assim em Angola, foi assim na Venezuela; será assim nas terras tupiniquins se a população, o STF e as Forças Armadas não fizer cada um a sua parte.
Por isso, insisto na importância da educação e da leitura para que nossas crianças e nossos jovens possam ter criticidade suficiente para discernir quem está do nosso lado e quem está contra nós. Qual é o discurso verdadeiro e qual o enganador. E para isso basta ver o quanto as pessoas vivem “bem” nos países de onde foram banidos o capitalismo e a democracia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário