Uma cidade à beira de um ataque de nervos



Melhor do que eu, e com mais criatividade, o cineasta espanhol Almodóvar poderia hoje usar a palavra em meu blog ou, melhor ainda, a imagem que ele tão bem articula, para retratar a cidade de São Paulo e a angústia que a envolve, e a seus cidadãos, nestes tempos de guerra surreal e ideológica.

São passeatas e mais passeatas ocupando as suas ruas e impedindo o livre trânsito de pessoas e veículos que por elas precisam passar para chegar à casa, ao trabalho ou aos hospitais, e dos mais importantes, na região da Av. Paulista, a avenida predileta dos baderneiros. E só o conseguem após horas e horas de espera, de desconforto e medo entre gritos de ordem que mudam de temática todos os dias. Uns querem terra (MST), outros exigem teto (MTST), outros ainda Moradia Digna. São os integrantes do Movimento da Luta por Moradia Digna (MLMD). Não basta moradia: tem de ser digna, e de graça, claro. E outras e outras coisas mais, e tudo a custo zero. Essa história de comprar e pagar é coisa da elite. Dessa gente que vive de explorar o outro, segundo eles.

Hoje, estimulados por um governo populista que colocou na mente desse povo inculto (por isso, massa de manobra de um partido sem escrúpulos) que eles têm direito a tudo e nenhuma responsabilidade. Podem exigir, podem atravancar o trânsito, podem quebrar bancos e empresas e tudo que vier pela frente porque o governo garante a eles segurança e impunidade. É o caos!

E a nós, pobres mortais, que não compartilhamos dessas atividades criminosas e que saímos para o trabalho (que é o que sustenta o país) todos os dias, e cada dia mais cedo, para cumprir os horários estabelecidos, quem é que nos dá proteção? Ninguém mais. E a polícia que se atreva a proteger a população como sempre o fez! A mídia de esquerda, vendida ao governo, denuncia a “covardia e a violência” dos policiais contra os ”coitadinhos e inocentes black blocks” e vândalos similares. E o que vemos? A cada dia, mais e mais policiais, jovens e dedicados à profissão que escolheram e assumiram, perderem a vida nas ruas, vítimas de ataques da fusão PCC e PT, para fragilizar o governo de São Paulo, tal como ocorreu em 2006. Lembram-se...? Coincidência...? Será...?

Antes só conhecíamos essas cenas no cinema, na ficção, mas não em nossa realidade, não em nosso quintal. Bastou, no entanto, que essa gangue do ”vale tudo” assumisse o governo federal desejando nele se perpetuar (basta ver Cuba, Venezuela, e outros, e outros, governos de esquerda), para que esse ambiente nefasto de guerra aqui se instalasse.

Agora, mais do que nunca, o nosso país e a nossa gente sofrem terrivelmente os efeitos letais de uma escolha errada nas urnas, elegendo aqueles que disseminam a dor e o ódio porque na verdade odeiam o povo, embora afirmem o contrário, mas amam o poder e dele, pelo voto, não vão querer se afastar. Como fazer, então? É a pergunta que fica. É a pergunta que nos aterroriza e nos angustia diante do quadro atual.

Enguias e Estrelas em noite de lançamento


No final de maio, dia 26, na Livraria da Vila do Shopping Pátio Higienópolis, alunos, amigos e familiares comigo comemoraram o lançamento de Enguias e Estrelas, meu livro de poemas, ou melhor, de tentativas poéticas. Foi memorável.

E memorável, principalmente, pelo grande número de alunos (alguns acompanhados dos pais, o que me alegrou duplamente) que vieram me abraçar, conhecer a obra e dividir comigo um momento tão importante. Foram todos fotografados e imageticamente ficarão na memória para que mais tarde eu me recorde deles com carinho, com muito carinho, é claro.

Aqui fica o meu agradecimento sincero a todos esses garotos que ali estiveram e deram um sentido maior ao evento. O meu agradecimento também aos amigos e familiares que, apesar das distâncias e/ou atropelos característicos de uma metrópole como São Paulo, enfrentaram essas barreiras para privilegiar essa minha nova aventura literária. A todos o meu eterno carinho.


Chegadas e Partidas


Tudo tem um começo e tudo tem um fim. Parece ser uma lei universal. Nem sempre, porém, os homens compreendem essas leis. Entendem alguns que são detentores de poderes sobrenaturais capazes, então, de decidir o seu destino e também os dos demais. Vivem no mais puro engano, pois à vida se segue a morte e há sempre renovação.

Esquecem-se eles que, por mais que brilhe o sol no mais intenso dia de verão, a noite chega de mansinho e com ela o crepúsculo; este, com suas sombras difusas, vai apagando os restos do dia e de sua luminosidade até que em seu lugar surja a discreta e enigmática presença da lua.

Assim, nesse pacto eterno, o sol e a lua respeitam mutuamente um ao outro, como se entre eles houvesse um acordo ancestral, um documento assinado em cartório virtual com o testemunho de todos nós. Um documento perene na memória de todos os seres vivos e que deveria nos servir de modelo no trato das relações humanas para que a harmonia pudesse se sobrepor aos conflitos.

Contudo, não é bem isso o que presenciamos ou mesmo repetimos em nossa vivência, em nossa rotina. Basta olhar com mais atenção o entorno. A ética e o respeito mútuo estão em baixa, enquanto a esperteza e a violência dominam todos os espaços, com a complacência dos que nos governam, ou seja, do Partido dos Trabalhadores. Trabalhadores apenas na sigla, mas dos que nada fazem, na prática, a não ser passeatas e quebra-quebra para infernizar a vida dos que realmente precisam e querem trabalhar para o bem de todos e, consequentemente, do país.

E o que querem eles, os petistas, afinal? Tudo indica que os militantes, pagos muitas vezes para assim agir como já ficou provado em foto e filme (em junho de 2013), são incentivados a essas práticas, muitas delas criminosas, para trazer a instabilidade ao país e, então, diante do caos instaurado, apelar para o Regime de Exceção que todos sabemos é a pá de cal na Democracia.

E eles não querem a Democracia, pois esta exige a alternância no poder, a lua substituindo o sol e vice-versa. E como a população já sentiu o gosto amargo do governo do PT e quer renovação em outubro, o perigo de perder as eleições os assusta e passam a utilizar com mais ênfase as conhecidas práticas stalinistas, agarrando-se visivelmente ao poder como plantas parasitas aos vegetais que as alimentam. Cientes de que são indesejáveis pela maioria, e aceitos apenas pelos que são por eles cooptados ou dominados por uma ideologia truculenta e retrógrada, não pensam em entregar o poder, insinuando continuamente mandar às favas o regime democrático vigente e estabelecido pela Constituição de 1988.

O último golpe sujo desse partido nefasto, que chegou ao governo em 2003, foi o decreto 8.243 de Da. Dilma, de 23/05/14, criando a Política Nacional de Participação Social (PNPS), classificado pelo seriíssimo jornal O Estado de S. Paulo como “um conjunto de barbaridades jurídicas, ainda que possa soar, numa leitura desatenta, como uma resposta aos difusos anseios das ruas”. E, segundo o respeitável jurista Hélio Bicudo, “O decreto enfraquece a democracia”. Ele nada mais é que a exclusão do Congresso, pois estes parlamentares seriam substituídos por grupos do povo, alinhados certamente ao partido do governo, para aprovar os projetos deste. Ora, isso representa o primeiro e mais eficiente golpe contra a nossa Constituição, ou seja, contra o Estado Democrático de Direito do país.

Vemos assim que o nosso futuro não parece muito promissor, porque o Supremo Tribunal Federal já não mais contará com a presença do maior defensor da ética e da dignidade, o Ministro Joaquim Barbosa. Achou ele que era o momento da partida, após um trabalho memorável para a recuperação moral e jurídica da nação e que não cairá tão cedo no esquecimento entre os brasileiros de bem deste país. Em contrapartida, o Supremo Tribunal Eleitoral já está nas mãos do Ministro Dias Tóffoli, defensor ferrenho do PT e de suas práticas danosas ao país, aliás, de longa data advogado do Partido dos Trabalhadores e que só por uma aberração jurídica participou do julgamento do Mensalão.

E a população brasileira, representada nas ruas, hoje, por sindicatos (todos de esquerda) e grupos do MST, e similares, vândalos em sua maioria, não tem o que comemorar em um ano de Copa, no país do futebol. E por essa razão, por ser o brasileiro um apaixonado por esse esporte, nada justifica os gritos vazios de “Não teremos Copa”. Eles deveriam clamar, sim, por: “Não queremos mais corrupção!” ou “Chega de Lula e Dilma, chega de PT!”, pois já nos cansamos desse modo de governar e desejaríamos ter de volta o estilo FHC.