O clima de São Paulo

  Por viver em um país tropical nós nos acostumamos às altas temperaturas, às frutas em abundância e de uma doçura sem igual, às conversas preguiçosas que não têm hora para acabar, e a vida ao ar livre. Na massa cremosa dos sorvetes e nos geladinhos e multicoloridos sucos, encontramos estímulo para permanecer à beira do mar ou das piscinas, desafiando o sol por horas sem fim.
Nas tardes quentes os barzinhos lotam aqui e ali, os copos de cerveja se esvaziam e se completam em segundos em meio ao riso fácil e as histórias sem enredo prévio. Tudo é descontração. Tudo é alegria e aproximação. Nem se percebe a chegada da noite em seu ciclo eterno de substituição da luz do crepúsculo pelo negro véu que esconde também as estrelas.   E nessa alegria ruidosa, sem hora para acabar, os jovens em especial confirmam o estilo com que nos diferenciam dos demais: um povo descontraído e feliz
Mas São Paulo é uma cidade pouco decifrável pelos meteorologistas. É uma metrópole bem feminina, plena de manhas e de mistérios. Lá pelas tantas do dia ou da noite, quando menos se espera, ela muda de humor e as temperaturas se invertem: a chuva e o vento invadem os espaços, apagando o claro, quente e tranquilo cenário, enquanto as águas inundam as ruas. O paulistano, contudo, acostumado às inconstâncias climáticas não altera sua programação ou sua disposição para o encontro com os amigos e com a geladinha no copo, pois é isso que ajuda o viver e ameniza as agruras do dia a dia.
No campo da política, porém, essa postura alienada e descontraída não é uma boa companhia para os jovens que, diante de tanta notícia ruim e de tanta hipocrisia daqueles que nos governam, já se habituaram à  ideia de que tanto faz votar neste como naquele porque nenhum deles é confiável. E assim não procuram conhecer a biografia dos candidatos que é o que os diferencia. E para governar uma cidade como São Paulo, uma das maiores do planeta, necessário se faz  competência e ” ficha limpa”, sendo que esta foi uma vitória da população que colheu milhares e milhares (ou milhões, não sei bem) de assinaturas, inclusive a minha, para que a lei hoje exista e se saiba quem é quem.
Quando me perguntam quem é meu candidato, não me nego a responder que votarei em José Serra porque só voto em quem confio, já provou que é competente, porque foi o melhor Ministro da Saúde que já tivemos, e que não cometeu ilícitos e, portanto, é um candidato ficha limpa, o que raro hoje é. A sua ficha é tão limpa que em eleição passada, para macular sua imagem e reputação, seus opositores tentaram emplacar um dossiê visando a incriminá-lo, mas este foi descoberto a tempo, o que prova que políticos dessa laia, sem escrúpulos e sem ética, não servem para governar nossa cidade, são nefastos para a nação.
Por isso, em 7 de outubro, chova ou faça sol, irei sim a caminho das urnas para defender um dos meus mais importantes direitos que é votar, ou seja, escolher e apontar o melhor candidato, independente se ele sairá vitorioso ou não, pois eleição não é turfe em que se aposta no provável vencedor; eleição é algo sério em que se busca eleger o melhor. E, para mim, o melhor é José Serra.  Depois, se vencer, os barzinhos aí estão: é só comemorar.

Nunca antes...

Nunca antes neste país
Se viu tanta confusão
Um não sabia de nada
O outro também não.

Roubo aqui
 roubo ali
 caixa um
 caixa dois
E o dinheiro da nação?
Ninguém sabe
 ninguém viu,
mas não houve roubo não.

É ilusão!
É fantasia!
É criação!
de uma mídia elitizada
que precisa de censura
por andar na contramão
discordando da lisura
do ex-chefe da nação.

Que em seus delírios pretéritos
De um ego em desconstrução
Insiste ainda na farsa
Do repetido refrão:
Nunca houve Mensalão!
Nunca houve Mensalão!